A largada de 2020/21 foi a mais acidentada desde 2017/18, com duas derrotas e um empate nas dez rondas iniciais. Mais do que cinco pontos perdidos nesse período revelaram-se sempre fatais
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O aviso - já a pensar na receção ao Belenenses - foi feito por Sérgio Conceição e o histórico recente sustenta-o: um arranque em falso é um sério obstáculo à conquista do título.
Sérgio Conceição alertou para as consequências de acumular deslizes no arranque da liga e o histórico sustenta isso
"Queremos ter um início diferente do ano passado, em que as primeiras seis jornadas foram fatais. A partir daí, não perdemos mais. As primeiras dez jornadas são extremamente importantes para um clube que quer ser campeão", afirmou o treinador do FC Porto, ainda no rescaldo do desafio com o Lille, no Algarve. Em 2020/21, os dragões perderam oito pontos nas dez rondas iniciais, no arranque mais acidentado da era Conceição. Marítimo e Paços de Ferreira venceram por 3-2 e, pelo meio, houve empate a duas bolas frente ao Sporting, que terminou o campeonato no primeiro lugar, com cinco pontos de vantagem. Depois do desaire em Paços, na jornada seis, o FC Porto não voltou a perder e, para Conceição, "teria sido campeão se o campeonato tivesse começado à sétima jornada".
Certo é que já não houve forma de corrigir esses percalços, como acontecera em 2019/20, época na qual a largada não foi brilhante, com cinco pontos a esfumarem-se, mas com a festa do título a chegar ao Dragão a três jornadas do fim.
De facto, num comparativo a dez jornadas desde 2017/18, mais do que cinco pontos perdidos foram sempre fatais. Duas derrotas em 2018/19 até pareceram ter sido apagadas por uma longa série de vitórias, mas o FC Porto chegou ao fim a dois pontos do Benfica. Fortíssimo foi mesmo o arranque na primeira época de Conceição, que só deixou dois pontos em casa do Sporting e, mesmo tendo perdido a liderança na segunda volta, fez a festa.
Um início parecido seria bem-vindo para os dragões, mas é sobretudo o exemplo de 2020 que estes querem evitar. A pré-época foi atípica, o mercado prolongou-se até outubro e, entre entradas e saídas, o plantel demorou a definir-se. O cenário é mais estável agora, mesmo com algumas interrogações. Contudo, o alerta está dado e todos o compreendem.
O recorde e o clássico habitual
Conceição já desvalorizou recordes por várias vezes, mas não deixa de ser pertinente lembrar que terminou a última edição da liga com a melhor marca pessoal de invencibilidade: 28 jogos. Não chegou, lá está, para revalidar o título, num exemplo claro de como qualquer deslize pode custar caro. De resto, pela terceira vez em cinco épocas, o FC Porto terá uma visita a casa do Sporting nas primeiras jornadas do campeonato, desta feita à quinta ronda. Nos dois exemplos anteriores (2017/18 e 2020/21), o encontro terminou empatado.