"Para o meu pai, o cenário perfeito era 4-3 para o Benfica e um hat-trick do filho"
Nome forte do Qarabag, primeiro adversário do Benfica na Champions, deixa o alerta. O extremo luso foi decisivo para o primeiro apuramento dos azeris para a prova desde 2017/18 e consegue ver o mesmo cenário a acontecer na terça-feira, garantindo ter um trunfo para bater Dahl.
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O Qarabag, crónico campeão do Azerbaijão, irá entrar na Luz com a mesma personalidade e filosofia com que enfrenta todos os jogos: a garantia, em exclusivo a O JOGO, é de Leandro Andrade.
Quais as sensações para a visita ao Estádio da Luz? Que Benfica esperam encontrar?
—Por acaso, antes de sair o sorteio, falávamos aqui que gostávamos de calhar com o Benfica. Não por acharmos acessível, mas pela experiência de poder jogar no Estádio da Luz, porque muitos jogadores do plantel passaram por Portugal. Vejo os jogos todos do Benfica e já o vi bem mais forte do que neste último jogo. Como jogador do Qarabag, gostava que estivessem a esse nível contra nós (risos)!
E o Benfica, o que pode esperar do Qarabag?
—O nosso treinador tem uma filosofia bem vincada. Seja onde for, jogamos sempre com as nossas ideias: futebol apoiado, posse de bola, bola no chão, sem bater muito na frente, jogar entrelinhas e sem medo. Pressionar, roubar a bola e apostar na velocidade para os contra-ataques. O segredo vai ser impormos a nossa filosofia, jogar com confiança e coragem.
Ou seja, engana-se quem pensar que vão à Luz com uma postura mais defensiva e expectante…
—Completamente! Jogamos sempre da mesma forma, seja contra quem for. Braga, Tottenham, Ajax...
Sentem que há alguma sobranceria das equipas mais cotadas quando defrontam o Qarabag, fruto talvez de algum desconhecimento do futebol do Azerbaijão?
—Com certeza. Lembro-me de quando jogámos com o Braga, nas antevisões nos canais portugueses comparavam jogador por jogador e escolhiam todos do Braga! Aceito a opinião, mas tocou-nos no coração e acho que foi bom para nós.
Nessa época chegaram aos oitavos de final da Liga Europa e deram muito trabalho ao Bayer Leverkusen, mas em 2024/25 ficaram em último no novo formato. Porquê?
—Foi uma campanha tão boa que nos prejudicou na época a seguir, ficamos a achar que éramos maiores do que realmente éramos. O ego cresceu. Depois tivemos um choque de realidade, mas foi um ano importante para acontecer o que aconteceu agora.
Foi decisivo para o apuramento do Qarabag, com um golo e uma assistência ante o Ferencváros. Consegue ver o mesmo cenário a acontecer na Luz?
—Sim, quase todos os dias (risos)! Tenho incutido muito essa visão na cabeça, eu a marcar e nós a ganharmos, porque acredito que o pensamento atrai. Ainda no sábado tive essa conversa com o meu colega Kevin Medina, tenho-lhe dito sempre quando acho que vou marcar e depois marco, e agora estou também com essa sensação.
Tem jogado preferencialmente como extremo-direito, à partida terá o Dahl pela frente. Quais as armas que pensa usar?
—Destaco-me mais pela velocidade, passará mais por aí. Não conheço as características do Dahl, mas ele jogou com um avançado nosso na Suécia [Musa Qurbanly]. Por aí já tenho um trunfo (risos)!