"Paços vai entrar com a pressão de pontuar, mas o FC Porto não tem dado hipóteses"

Das três vitórias do Paços de Ferreira na receção ao FC Porto, Zé Manel participou em duas. Mas apenas uma está intacta na memória do antigo extremo dos pacenses, até porque foi sobre José Mourinho, a duas semanas de os dragões discutirem a final da então Taça UEFA, em Sevilha. Esta foi especial pelo peso do treinador adversário, mas "vencer qualquer um dos grandes é inesquecível".

Se pudesse, Zé Manel mataria as "saudades que se instalaram no corpo" aos 43 anos, com uma carreira surpreendente para quem chegou à I Liga aos 24 anos e sem formação. Aqui está uma prova válida de que no "futebol não há impossíveis". Isto quer dizer que a situação classificativa do Paços de Ferreira e a sequência de cinco derrotas não servem para aniquilar as expectativas. Para ajudar o plantel do clube que representou cinco épocas, Zé Manel recupera o feito pessoal de 52 golos em mais de 270 jogos realizados no patamar superior do campeonato nacional. "E cheguei tarde", sublinhou, soltando um sorriso de satisfação por ter contrariado a tendência do trajeto de um jogador de alta competição.

"O Paços vai entrar com a pressão de querer pontuar e não será fácil, porque o FC Porto não tem dado hipóteses a ninguém e não quer ceder pontos" prevê Zé Manel, voltando ao passado para animar a esperança da equipa de João Henriques. "Na penúltima vez vencemos com um golo do Cadú, já no final do jogo, e estávamos a jogar em inferioridade numérica. A bola veio para mim de um canto contra nós e eu corri de área a área em "speed" - porque a velocidade era a minha especialidade -, fiz um chapéu e o Cadú vinha de trás e foi só encostar", descreve. Curiosamente, as três vitórias dos pacenses em casa contra o FC Porto são todas por 1-0 e os golos apontados em fases-limite do tempo. E para amanhã, os pacenses "têm de se agarrar à união, à força de vontade e espírito de entreajuda".