A jogada do terceiro golo do FC Porto contra o Tondela começou ainda na defesa e só não teve a participação de Marchesín e Soares. Foi tudo feito num minuto e seis segundos.
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O terceiro e último golo do FC Porto na vitória contra o Tondela foi um verdadeiro hino ao futebol. Otávio finalizou o lance com um remate que não deu hipóteses ao guarda-redes Cláudio Ramos, depois de uma jogada completa que teve 24 momentos.
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A bola percorreu o campo todo, teve 24 passes antes de chegar ao brasileiro e, curiosamente, só não passou pelos pés de Marchesín e de Soares. O internacional argentino até é conhecido pelo seu bom jogo de pés, mas, desta vez, nem foi necessária a sua participação para iniciar uma jogada sensacional. Soares, por sua vez, estava na grande área, pronto a dar seguimento à jogada, mas o compatriota decidiu finalizar com um toque subtil.
Naquela que terá sido a melhor e mais completa exibição do FC Porto na presente temporada, os dragões coloriram a vitória com dois golos bem construídos e com um terceiro de bola parada. Sérgio Conceição admitiu, inclusive, no final do encontro, que os seus jogadores tiveram pinceladas fantásticas, respondendo, dessa forma, a quem acusava a equipa de não ser lírica ou romântica.
Uribe iniciou a jogada perto da área do FC Porto e o processo foi acelerado aos 19º passe, quando a bola chegou ao pé direito de Luis Díaz. Corona deu o toque de classe antes da conclusão de Otávio
As 24 pinceladas foram dadas aos 51 minutos, altura em que Uribe iniciou a jogada ainda perto da grande área do FC Porto. Era o primeiro momento de um lance que teve um minuto e seis segundos de duração. Um momento bem construído e que foi passando por todos os jogadores, excetuando quem estava nas extremidades, como era o caso de Marchesín e Soares.
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Calmamente, e numa fase inicial com pouca pressão dos jogadores do Tondela, os dragões foram trocando a bola no meio-campo defensivo, altura em que em que ela passou pelos quatro defesas, mas também por Uribe e Otávio, dois dos jogadores que mais vezes participaram em todo lance. A jogada acelerou a partir do momento em que chegou ao pé direito de Luis Díaz. Colocado junto à linha lateral, o colombiano percorreu vários metros com a bola, simulou à frente dos defesas do Tondela e simplificou o jogo quando percebeu que começava a ter muitos adversários pela frente. Parecia uma autêntica ilha, tal a forma como estava rodeado de tondelenses por todos os lados. Foi então que, ao 19.º passe, combinou com Uribe. Seguiram-se nove segundos com o FC Porto a jogar a uma velocidade estonteante e com a bola a passar por vários jogadores.
Tudo em poucos metros. Em posição frontal, Otávio combinou com Nakajima, o japonês serviu de pronto Corona e o mexicano deu mais um toque de classe, com a parte lateral do pé, para colorir o golo de Tavinho.
Primeiro golo também foi um hino
O primeiro golo do FC Porto também foi construído em várias pinceladas. Foram onze passes e tudo começou num lançamento lateral. Já no meio-campo, e depois de uma combinação entre Otávio e Nakajima, o japonês endossou a bola a Luis Díaz. O colombiano combinou com Corona e o mexicano viu que tinha espaço, até porque Marega arrastara o lateral-esquerdo do Tondela, Filipe Ferreira. Perto da linha de fundo, cruzou para o cabeceamento vitorioso de Soares.