"Os vitorianos têm de perceber que o caminho vai ser difícil, houve uma reformulação grande"
Técnico do Vitória, em declarações à Sport TV, disse que só pensa em levar a melhor na terceira pré-eliminatória da Conference League e deu conta de um grupo "fantástico" de jogadores
Corpo do artigo
Balanço após duas semanas ao comando: "[Assumir o comando do Vitória] era um objetivo de carreira, mas não imaginei que acontecesse por esta altura. As coisas aconteceram, mas também foi uma decisão muito ponderada. Temos a noção da responsabilidade que é comandar a equipa principal deste clube e agora estamos cá. Sou um homem feliz, mas nesta altura o que importa é focar a equipa no trabalho, fazer com que os atletas percebam que clube representam e que vão passar por algumas dificuldades no campeonato. Temos que nos agarrar ao trabalho, sendo muito racionais. Os primeiros dias abanaram-me um pouco, mas as coisas estão a voltar ao normal. Tive a felicidade de apanhar um grupo fantástico, com profissionais fantásticos. Não me canso de dizer isto, mas é a verdade. Nesta transição não houve qualquer desconforto da parte dos atletas e da nova equipa técnica. Agora temos é que nos agarrar ao trabalhar, fazendo perceber aos atletas que eles têm qualidade e que, apesar disso, também vão passar por dificuldades".
O êxito na eliminatória com o Puskás Akadémia: "Resolveu-se muito nos primeiros 45 minutos do jogo da primeira mão, em Guimarães. Foram muito bons. O resto da eliminatória foi muito controlada por nós, mas reconheço que poderíamos ter feito mais em alguns momentos. Somente em termos de qualidade, especialmente no jogo disputado na Hungria. De resto, em termos de entrega, não tenho nada a apontar aos atletas. Têm sido fantásticos. Mas isso faz parte de uma reformulação que se verificou no clube. Os vitorianos têm de entender que é preciso algum tempo para se repetirem mais exibições ao nível do que apresentámos no primeiro jogo, com maior solidez. O objetivo principal era, de resto, passar a eliminatória. Se não acontecesse, haveria uma desconfiança grande e eu até entenderia isso. Não me assustava nada. Felizmente, temos um grupo de atletas fantásticos que cumpriram bem aquilo que lhes foi pedido. Deu para conquistar alguma tranquilidade. É sempre preferível trabalhar num cenário de algum conforto. Mas os vitorianos têm de perceber que o caminho vai ser difícil porque houve uma reformulação grande, uma mudança de equipa técnica no decorrer da pré-época, atletas a entrar e a sair e outros que ainda poderão sair. E as coisas não acontecem de um dia para o outro no futebol. Peço-lhes por isso compreensão e calma, mas há qualidade no grupo. Havendo essa qualidade, os resultados acabarão por aparecer".
Jogadores levam em conta o seu passado no clube? "Não sei. Até faço questão que só olhem para mim como treinador e não para o meu passado. Sei que vou depender de resultados como todos os treinadores que passaram pelo Vitória. Tenho muito orgulho no meu passado, de ser de Guimarães, mas não é importante neste momento. Temos é que ser disciplinados e ter qualidade de jogo que nos permita jogar bem e ganhar jogos, deixando os adeptos felizes e orgulhosos. O passado não é importante".
O Hajduk Split na terceira pré-eliminatória da Conference League: "Difícil por tudo. Nunca me agarrei a orçamentos ou a valores de mercado de atletas. Isso não faz ganhar jogos. Fazendo, no entanto, uma comparação entre as duas equipas, percebemos que teremos pela frente um adversário muito difícil. Dá para perceber isso em função nos nomes que o Hajduk Split tem nos seus quadros. Mas não há outra forma de abordar essa eliminatória: é para passar. Não há mais nada em jogo. Vamos observar bem o adversário, perceber bem o ambiente que vamos encontrar na Croácia... embora sabendo de antemão que a equipa croata também terá um ambiente difícil em Guimarães. Faz parte de uma eliminatória".
O Chaves no arranque do campeonato: "Será a primeira jornada e envolve sempre muita emoção por que todas as equipas passam. Isto foi tudo tão rápido, com preparação de treinos e jogos muito à porta, que só estamos a pensar na visita ao Hajduk Split. Teremos depois dois dias para preparar o jogo de Chaves. Vamos estar preparados, mas já se sabia que este início de época seria difícil para quem cá estivesse, pela sobrecarga de jogos, pelas viagens, pelo desgaste físico... Mas não nos vamos agarrar a isso. Confio muito em todos e vamos dar boas respostas a esses jogos todos".