Os estímulos de Cláudio Ramos: estreia em clássicos, o jogo 300 e a primeira final
Dono da baliza dos dragões nas taças, Cláudio estreia-se em clássicos e logo no jogo 300 da carreira naquela que será, também, a primeira final enquanto profissional. Em 10 jogos de azul e branco, o guardião só consentiu golos uma vez [Mafra] e ainda não sofreu qualquer derrota. Um talismã para ajudar a quebrar o enguiço dos dragões na Taça da Liga.
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A noite mais especial na carreira de Cláudio Ramos - até à data - terá o Municipal de Leiria como palco. Ao dono da baliza do FC Porto nas taças, não faltam motivos para que o encontro com o Sporting seja especial. Senão vejamos: o ex-Tondela prepara-se para se estrear em clássicos naquele que será o jogo 300 enquanto profissional, ainda por cima na primeira final que vai disputar na carreira. Razões mais do que suficientes para encarar a partida de amanhã com motivação extra e dar continuidade ao bom momento que atravessa.
Contra o Académico de Viseu, equipa da sua terra natal, Ramos fez o décimo jogo pela equipa principal do FC Porto, o oitavo da temporada depois de ter assumido a vaga deixada por Marchesín. Até ao momento, o guarda-redes ainda não sofreu qualquer derrota, registando apenas um empate, com o Mafra, na única vez em que sofreu golos pelos dragões. Ou seja, chega à final da Taça da Liga com nove "clean sheets" de azul e branco. Na noite de sábado, porém, enfrenta o maior desafio desde que se mudou para o Dragão já que nunca defrontou um dos grandes.
E não é por este ser um jogo contra o Sporting que fará Conceição mudar o guarda-redes. Aliás, seria inédito no seu "reinado" se o fizesse. Basta recordar que Diogo Costa, quando era o número dois da hierarquia - atrás de Marchesín-, foi sempre o eleito nas decisões das taças independentemente do nome do adversário. Aliás, Conceição confia de tal forma nas capacidades de Ramos que já por duas vezes seguidas o anunciou como titular nas antevisões.
Voltando à carreira do guarda-redes, que se prepara para entrar no clube dos 300, tudo começou no Amarante (emprestado pelo V. Guimarães), onde se estreou como profissional fazendo 16 jogos na III Divisão e um na Taça de Portugal. Na época seguinte mudou-se para o Tondela, ainda como jogador dos minhotos, dando início a uma ligação de nove temporadas nas quais ajudou a equipa a subir da antiga II Divisão - equivalente à atual Liga 3 - até ao principal escalão. Em 2020/21, após terminar o contrato com os beirões, mudou-se para o Dragão, mas o melhor que conseguiu fazer foram quatro jogos pela equipa B. A travessia do deserto manteve-se na época passada, que terminou com apenas dois jogos e num deles entrou em cima dos 90". Com a saída de Marchesín para o Celta de Vigo subiu na hierarquia e encontrou espaço competitivo nas duas taças nacionais.
Aqueles quatro minutos para a história
O início da temporada de 2018/19 foi inesquecível para Cláudio Ramos. Depois de 35 jogos na baliza do Tondela, que ajudou a conseguir a melhor classificação de sempre (11º) no campeonato, o guardião foi surpreendido por Fernando Santos com a convocatória para os dois jogos de Portugal com a Croácia (particular) e a Escócia (Liga das Nações). Foi a primeira vez que um jogador do Tondela chegou à Seleção Nacional, mas o máximo que conseguiu foi sentar-se no banco contra os croatas.
Um mês depois, porém, o sonho concretizou-se. Em Hampden Park, na Escócia, entrou nos minutos finais e somou a primeira e, até ao momento, única internacionalização. "Foi o patamar máximo da minha carreira, foi o auge, pois jogar pela Seleção é o objetivo de qualquer jogador português. Eu consegui. E recordo esses minutos com muita alegria e muito carinho", disse na altura.