Liverpool surge por três vezes no top 10 dos jogos com menos faltas do FC Porto na era de Conceição.
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A incapacidade para ter bola, aliada à ausência quase total de agressividade, é a receita perfeita para o descalabro e ficou, mais uma vez, bem exposta na goleada sofrida anteontem pelo FC Porto, frente ao Liverpool.
De resto, a recolha efetuada por O JOGO aos encontros em que os portistas menos faltas cometeram desde 2017/18, que marca o começo da era Sérgio Conceição no clube, demonstra uma tendência para esta mistura explosiva ser exibida precisamente contra equipas inglesas.
Com os "reds" aconteceu por três ocasiões [ver infografia abaixo] e o desfecho é o que se conhece: três desaires, dois deles bastante pesados. Além destas, no gráfico há ainda espaço para a visita ao Manchester City, na última época, em que os azuis e brancos "só" fizeram quatro faltas e tiveram a bola nos pés apenas 35% do tempo (recorde neste período). Resultado final: derrota por 3-1. Nos restantes seis desafios, os portistas foram sempre dominadores, pelo que é natural que tenham "pecado" menos vezes.
Ainda que isto seja insuficiente para explicar a derrocada de terça-feira à noite, a verdade é que contribuiu para ela. Para se ter um termo de comparação, as nove faltas cometidas com o Liverpool não são, sequer, metade das que foram feitas pelo FC Porto em Madrid e em Alvalade, jogos em que o adversário também teve maior posse de bola ou em que esta foi repartida. Com o Atlético (55%), na primeira jornada da Liga dos Campeões, assim como uns dias antes, com o Sporting (50%), para o campeonato, a equipa de Sérgio Conceição foi penalizada por 21 vezes em cada um dos jogos. Curiosamente, ou não, em ambos logrou o empate.
A agressividade sem bola é um dos fundamentos do jogo de que Conceição não abdica e voltou a lembrá-lo ao jogadores. "Não podemos fazer apenas nove faltas. Só se tivermos 80% de posse de bola; aí não é necessário", avisou o treinador, no fim do jogo com o Liverpool. Nos próximos encontros se perceberá se a mensagem passou.