Schaars fica na história do Sporting com seis golos e 12 assistências em 66 jogos: no primeiro ano ajudou o leão a brilhar na caminhada que arrasou o Man. City; no final do segundo, diz, o salário precipitou a saída
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Não recebe notificações "Sporting" regularmente, mas no coração há um espacinho pintado de verde e branco. O JOGO falou em exclusivo com o ex-médio, hoje com 35 anos, e ouviu que o Sporting deve ter cuidado com os avançados do clube de Eindhoven.
Vestiu de leão ao peito, representou o PSV e hoje é treinador na formação do emblema holandês. A O JOGO, recordou epopeia europeia de 2011/12 e perspetivou o embate de quinta-feira
Jogou no Sporting entre 2011 e 2013: acompanha a atualidade do clube? Que recordações ficaram?
-Acompanho quando posso. Não sigo diariamente, mas sei, por exemplo, que despediram recentemente o míster Marcel Keizer e que também venderam o Bas Dost, que há pouco mais de um ano acabou por ser vítima do que aconteceu no centro de treinos. São os dois holandeses e por isso é normal que saiba o que se passa com eles. Vivi grandes momentos no Sporting: no meu primeiro ano tínhamos uma excelente equipa e um bom treinador, o Domingos Paciência, assim como um bom adjunto, o Miguel Cardoso. Não percebi bem a razão do seu despedimento, mas são coisas que acontecem no futebol. É verdade que nessa época perdemos na final da Taça de Portugal [0-1, contra a Académica], mas também fizemos uma grande campanha na Liga Europa, onde eliminámos o Manchester City e outras equipas com qualidade, como o Metalist. As meias-finais com o Atlético de Bilbau são outro dos momentos marcantes, apesar de não termos conseguido passar à final.
Jogou menos minutos na sua segunda temporada...
-Não foi bom. Saíram vários jogadores, como foi o caso do Matías Fernández, e tivemos quatro treinadores, joguei menos e terminámos em sétimo no campeonato. Foi uma fase de transição do clube e talvez um dos piores momentos.
Como aparece o PSV?
-A nova Direção [presidida por Bruno de Carvalho] comunicou-me que caso surgisse uma proposta para a minha saída, estavam dispostos a negociar. Disseram-me que precisavam de reduzir custos, sobretudo com a massa salarial do plantel. Acabei por sair no verão de 2013. O PSV foi uma boa opção para mim.
Esta semana, duas das suas ex-equipas encontram-se. Quem parte na frente?
-Será um jogo de 50/50. O PSV é muito forte em casa e tem uma equipa com jogadores muito rápidos e talentosos na frente. É engraçado porque está lá o Bruma, com quem partilhei balneário do Sporting. Também tem o Mitroglou, que em Portugal representou o Benfica. Não será fácil para o Sporting jogar no Philips Stadion e penso que tem de ter muito cuidado, tal como o PSV, visto que do outro lado também está uma boa equipa. Como disse, há muita qualidade na equipa do PSV: o Bergwijn, o Gakpo, mas também através do avançado, o Malen. É verdade que perderam jogadores importantes, como o Lozano, mas fizeram contratações de grande qualidade. Será um bom jogo e vai decidir-se nos detalhes, não tenho dúvidas.
"No meu primeiro ano perdemos a Taça, mas fizemos grande campanha na Liga Europa"
"Os melhores anos da minha carreira foram no Sporting"
A aventura portuguesa de Schaars não mais lhe vai sair da memória: ao nosso jornal, confessou aquilo que já tinha dito noutras ocasiões, ou seja, que foi em solo luso onde praticou o melhor futebol.
"Aos adeptos do Sporting, quero dizer que continuo a ser um de vós, que gostei muito de ter jogado em Portugal e que foi aí que passei os melhores anos da minha carreira. Desejo-lhes felicidades e que o Sporting possa conquistar muito no futuro", sublinhou.
Sempre em contacto com Ricky van Wolfswinkel
Em Portugal e durante ano e meio, Stijn Schaars teve a companhia do compatriota Ricky van Wolfswinkel (na foto), jogador que hoje enfrenta uma dura recuperação depois de lhe ter sido removido - com sucesso - um aneurisma cerebral.
"Falamos muitas vezes, somos amigos. Estou a par do seu problema e é claro que está triste e abatido por tudo o que está a viver, mas sei que, apesar de tudo, vai conseguir dar a volta", garantiu.
O avançado detetou o problema quando os responsáveis médicos do seu clube, o Basileia, o examinaram na sequência de uma concussão.