Óliver deixa conselho ao FC Porto: "Olhem uns para os outros e acreditem, porque é possível"
Médio do Sevilha foi um espectador atento do FC-Porto-Chelsea e, com base no que viu, deixa uma mensagem de confiança aos ex-companheiros em entrevista a O JOGO.
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O FC Porto-Chelsea teve em Óliver Torres um seguidor atento, uma vez que o agora médio do Sevilha não esconde o carinho e o desejo de ver os dragões seguirem em frente na Liga dos Campeões.
O espanhol conversou com O JOGO no centro de treinos do clube andaluz, classificou o resultado de quarta-feira como injusto e acredita numa reviravolta da ex-equipa na terça-feira, no encontro da segunda mão. A renovação de Otávio, a evolução de Sérgio Oliveira, o aparecimento do jovem Francisco Conceição e até a disponibilidade para receber Corona na capital da Andaluzia foram outros temas de uma conversa descontraída, na qual o médio elogiou ainda os sportinguistas Porro e Adán, desvendou brincadeiras com Acuña sobre a luta entre FC Porto e Sporting pelo título e falou sobre o momento que atravessa.
Que análise faz a este primeiro FC Porto-Chelsea?
- Acho que foi um jogo... Bem, o resultado não é justo. Para mim, o FC Porto foi melhor e tentou mais vezes procurar a baliza. É verdade que muitas vezes o Chelsea teve domínio, mas sem profundidade. É uma equipa de alto nível, fez dois golos nas duas vezes que foi à baliza e isso dá-lhe vantagem.
De quem gostou mais no jogo?
- Da equipa toda. Do caráter do FC Porto. O Otávio, quando vinha recolher a bola, tinha as ideias mais esclarecidas. Mas, na minha opinião, o melhor do jogo foi Kovacic. Esteve a um nível altíssimo e a sua força e qualidades fizeram a diferença.
Perder 2-0 em casa na primeira mão é muito complicado. Acha que isso fará com que a equipa atire a toalha ao chão?
- É seguro que não. De certeza que vão à procura da vitória. Quem conhece o FC Porto sabe que tem de acreditar sempre, porque pode sempre acontecer qualquer coisa, mais quando se trata do FC Porto.
O que é que o FC Porto terá de fazer para dar a volta?
- Tem de acreditar, de lutar, de fazer mais do que nunca, mesmo podendo não acontecer. Tem de olhar para o jogo de [ante]ontem e olhar para tudo o que fez bem, porque remeteu muitas vezes o Chelsea para a sua área e baliza. De certeza que vão conseguir fazer golos na segunda mão.
Imagine-se no grupo. O que diria para que todos continuassem a acreditar? Acho que, neste tipo de eliminatórias, pouco há para se falar. A história que o FC Porto tem em reviravoltas, em coisas muito difíceis... Que olhem para os olhos uns dos outro e acreditem que podem, porque tenho a certeza de que o FC Porto pode ganhar e passar a eliminatória.
"Têm de acreditar, lutar e fazer mais do que nunca. Pode sempre acontecer qualquer coisa, mais quando se trata do FC Porto"
Em que é que este Chelsea é diferente do que o Sevilha defrontou na fase de grupos?
- O Thomas Tuchel mudou muitas coisas para melhor, está a fazer um grande trabalho e gosto muito de ver o Chelsea jogar. Tem uma dinâmica ofensiva muito forte e uma reação à perda também. Tapar o Timo Werner, impedir que o Jorginho tenha muito bola e que o Mason Mount entre muito em jogo será importante, e assim terão oportunidades para passar a eliminatória.
Fez três Champions no FC Porto e em todas eles passou a fase de grupos. Até chegou duas vezes aos quartos de final. O que faz o FC Porto crescer numa prova em que há equipas com outros argumentos?
A mística do FC Porto é muito forte. Quando alguma equipa defronta o FC Porto, sabe que está a jogar contra um campeão e os campeões são perigosos, podendo ganhar-te sem margem para dúvidas.
No Dragão, os adeptos são muito fortes e muito importantes para a equipa, mas tenho a certeza de que os jogadores vão defrontar o Chelsea a pensar neles, a pensar em todas as más situações que viveram e, se houver espaço, vão colocar ainda mais garra para poder passar a eliminatória.
"É um bom ano para algo diferente..."
Num ano atípico e em que tudo lhe pareceu diferente, Óliver admite que chegou a imaginar um reencontro com o FC Porto na Champions, prova na qual acredita que os dragões ainda podem fazer um brilharete.
Chegou a imaginar um confronto com o FC Porto nesta fase, já que não se podiam defrontar nos oitavos, por terem terminado ambos em segundo?
-Sim. O futebol tem destas coisas e pensei que nos pudéssemos defrontar. Infelizmente, nós fomos eliminados, mas fico feliz por eles estarem a avançar. Um Sevilha-FC Porto nos quartos teria sido muito especial.
Este ano já caíram equipas como o Barcelona, a Juventus, o Atlético de Madrid e o próprio Sevilha. Mesmo com esta derrota, acredita que pode ser o ano do FC Porto ou é impossível?
-É muito complicado. Mas neste ano, em que tudo é atípico, em que as equipas jogam em campos diferentes e nada parece normal, acredito que pode ser um bom ano para fazer algo diferente.
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