Em declarações a O JOGO, Daúto Faquirá analisa a exibição do Sporting na jornada de estreia da Liga, frente ao Vizela. Perante o triunfo por 3-0, com dois golos de Pote e um de Paulinho, o atual treinador do Torreense considera o Sporting "uma equipa mais feita".
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Gostou da exibição do Sporting com o Vizela? Que diferenças principais notou em relação à época passada?
-Vi uma equipa com processos simples, mas consolidados. Há um comportamento padrão que vem da época passada e que, com as poucas mudanças no plantel, contribui para que a equipa pareça já estar muito bem. Parece que não teve férias e que transitou diretamente da época passada para esta. Mostrou ser também competente e compacta. Jogam com rotinas já cimentadas e parece uma equipa mais feita, digamos assim.
Gostou de ver Matheus Nunes? Pareceu-lhe melhor do que na época passada?
-Na época passada, a ideia que eu tinha do Matheus é a de um jogador que tem tudo, mas que precisa de refrear alguns ímpetos. Por exemplo, na tendência de abordar os lances sempre numa perspetiva de conduzir a bola. Porque nessa posição é preciso marcar os ritmos e, por vezes, é preciso pausar um pouco as jogadas. Mas é um jogador com um potencial tremendo. É forte, tecnicamente muito bom, tem irreverência, qualidade técnica e só precisa de taticamente limar algumas arestas, porque tem tudo para ser um grande jogador. Tem tudo para ser um grande jogador nesta posição.
Nas laterais também houve as novidades Ricardo Esgaio e Rúben Vinagre. Que diferenças em relação a Pedro Porro e Nuno Mendes?
-Tanto o Esgaio como o Vinagre estão talhados para jogar neste sistema tático, até porque antes já jogavam como falsos laterais: o Vinagre nos Wolves e o Esgaio no Braga. O Nuno Mendes e o Porro são dois belíssimos jogadores e fizeram duas épocas fantásticas, mas com as várias frentes em que o Sporting estará integrado vai precisar de ter gás e de jogar sempre a cem à hora. Por isso, Amorim vai precisar de, entre as várias competições, ir trocando unidades nessas duas posições. Na direita, o Porro talvez tenha melhor projeção ofensiva, enquanto o Esgaio talvez seja mais equilibrado entre o momento ofensivo e o defensivo. Na esquerda, o Nuno Mendes talvez seja um pouco mais completo do que o Rúben Vinagre. Mas o que me importa reter é que o treinador está certamente muitíssimo bem servido com estes quatro elementos.