Luis Díaz continua a apontar para o céu sempre que marca um golo em homenagem à avó Rosaura, que faleceu em 2019. "Ela vibrava como ninguém com os golos dele". Saiba algumas curiosidades sobre o colombiano do FC Porto.
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Luis Díaz sempre teve uma relação "muito próxima" com os avós paternos (Jacob e Rosaura) e também com a avó materna (Naida Molina). Luis Manuel recordou os tempos que Luis Díaz e os seus três irmãos passavam várias horas por dia na casa dos avós quando eram mais pequenos - "faziam lá as refeições, tomavam banho, essas coisas...", disse - e que, por isso, criaram uma forte ligação com eles. "Infelizmente, a minha mãe faleceu em 2019", contou Luis Manuel, que explicou o motivo que leva o extremo a fazer um gesto a apontar para o céu sempre que marca um golo. "Está a homenageá-la. Os golos são todos para ela", prosseguiu.
No entanto, Luis Manuel recordou, carinhosamente, uma história entre Luis Díaz e a avó Rosaura, que "recebeu um presente em casa" assim que o extremo começou a despontar no Junior Barranquilla. "A minha mãe tinha problemas de visão e a televisão lá de casa era muito pequena. Ela mal conseguia ver os jogadores... Então ele ofereceu-lhe um televisor enorme", revelou, emocionado. A partir daí, a senhora Rosaura, que tinha as paredes da sala cheias de fotos do seu craque preferido, passou, finalmente, a reconhecer o neto na televisão. "Era uma alegria naquela casa sempre que o meu filho jogava. Ela sofria muito a ver os jogos e vibrava como ninguém com os golos dele", rematou.
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Carne e massa logo de manhã
Um dia, pouco depois de ter completado 17 anos, Luis Díaz viajou até Bogotá, com a escola de futebol do seu pai, para participar numa pré-escolha da seleção indígena da Colômbia (o extremo do FC Porto é descendente do grupo étnico Wayuu). O treinador John Jairo Pocillo Díaz, responsável pela seleção dos jogadores, viu um miúdo tão magrinho, que pensou que ele dificilmente conseguiria estar à altura da exigência. Apesar disso, rezam as crónicas (ou melhor, o pai do jogador...), que naqueles treinos "ninguém foi tão rápido, tão eficaz e tão habilidoso" como o franzino Luis Díaz. Perante isto, seguiu-se o óbvio: o extremo integrou a equipa que disputaria a Copa América dos Povos Indígenas, viajou até ao Chile e acabou por ser um dos destaques da competição, com vários golos marcados.
Na comitiva dessa seleção estava também o mítico Carlos Valderrama, que assim que assistiu às primeiras partidas de Luis Díaz decidiu telefonar a Arturo Char Chaljub, dono do Barranquilla FC, uma filial do conhecido Junior Barranquilla, a indicar a sua contratação. Os elogios foram tantos que o extremo acabou mesmo por ser contratado. No entanto, Luis Díaz continuava magro, de tal forma que, quando chegou ao Barranquilla FC, era o mais frágil, do ponto de vista físico, de toda a equipa. Por isso, obrigaram-no a engordar 10 quilos, através de uma dieta à base de massa e carne logo ao pequeno-almoço, igual à de muitos ciclistas que participam no Tour de França. Para além disso, tomou multivitamínicos para aumentar a massa muscular. O processo resultou e, dois anos depois, em 2017, Díaz estreou-se na equipa principal do Junior Barranquilla. O resto já é conhecido e o extremo do FC Porto foi mesmo o primeiro jogador de origem indígena a estrear-se na seleção principal da Colômbia.
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