Frederico Varandas considera que o desinvestimento foi bem além das infraestruturas e pretende contratar profissionais de excelência para áreas do scouting, da análise da performance e do treino.
Corpo do artigo
Desde a sua chegada à presidência do Sporting, em setembro de 2018, Frederico Varandas tem insistido na necessidade de combater o desinvestimento que, na sua opinião, tem diminuído o papel da Academia como principal fonte de alimento da equipa principal.
Determinada a recuperar os anos de fama e proveito da jóia da coroa verde e branca, a Direção dos leões esboçou um projeto de modernização que já é visível em obras realizadas nas alas profissional e de formação, mas que face às sequelas que a covid-19 irá deixar a curto prazo dará para já prioridade à injeção de capital humano; o plano não muda, só se alteram as suas etapas.
Segundo o que O JOGO apurou, o presidente está ciente que um salto de qualidade só será possível com uma reformulação de quadros humanos, área que é vista como uma das mais atingidas pelo desinvestimento apontado às Direções anteriores. O plano passou, primeiro, por identificar e manter em Alcochete os funcionários e técnicos com provas dadas nas respetivas áreas e, agora, por reforçar a estrutura com profissionais de indiscutível valia, ao nível da metodologia do treino, da análise de performance e do scouting, criando-se um ambiente de excelência em torno das várias equipas que trabalham diariamente na Academia e respondendo à perda de capital humano que se verificou nos últimos anos - vários quadros abandonaram o projeto, reforçando, mais tarde, rivais diretos, como é o caso do Benfica.
12176057
Numa primeira fase, meses após a vitória nas eleições para a presidência do Sporting, Frederico Varandas já tinha dado um cunho pessoal ao "lifting" da equipa que trabalha em Alcochete com as contratações de Paulo Gomes (diretor-geral), Francisco Tavares (coordenador da Unidade de Performance) e de Tomaz Morais (Direção do Gabinete de Formação e Liderança); outro dos efeitos desta planeada reformulação de quadros passa pela posição de Aurélio Pereira. Grande figura da formação do Sporting, o responsável pela chegada ao clube de alguns dos maiores craques da sua história já acusa o peso da idade (72 anos) e passou de coordenador para conselheiro da Academia, abrindo espaço a uma nova vaga - ou mesmo várias.
"Know-how" leonino fortaleceu a aposta do Benfica no Seixal
A "fuga" dos quadros de Alcochete coincidiu com o crescimento do Seixal, que aproveitou "know-how" leonino para se tornar mais forte. O exemplo mais sonante é o de Pedro Mil-Homens (na foto), atual diretor do centro de estágio do Benfica que ocupou o mesmo cargo na Academia, entre 2002 e 2011. Outro profissional que seguiu as mesmas pisadas foi Pedro Marques, que trabalhou no emblema leonino entre 2004 e 2010 antes de se tornar diretor do futebol jovem das águias, em 2018.
QUEM JÁ ENTROU:
Diretor-geral da Academia
Paulo Gomes
Em funções desde 2018
Licenciado em Educação Física pela Universidade Lusófona, Paulo Gomes foi chamado em outubro de 2018 por Frederico Varandas para dirigir os destinos da Academia Sporting. Anteriormente estava no comando do Pólo do Estádio Universitário de Lisboa.
Unidade de Performance Atlética
Francisco Tavares
Em funções desde 2018
Especialista na área do rendimento, Francisco Tavares foi contratado aos Glasgow Warriors (clube de rugby escocês) para assumir a coordenação da Unidade de Performance Atlética, uma extensão do departamento médico, em outubro de 2018.
Gab. de Formação e Liderança
Tomaz Morais
Em funções desde 2019
Em fevereiro de 2019, Tomaz Morais foi eleito para liderar o Gabinete de Formação e Liderança. O consultor da Federação de Rugby e antigo selecionador nacional da modalidade tinha sido apoiante de Frederico Varandas na corrida presidencial de 2018.