"O Pedro nunca está doente. Dizia ao massagista para ver o pé do meu menino, mas..."

Pedro Gonçalves, médio do Sporting
EPA
A mãe bem levava Pote ao massagista quando este tinha algum problema, mas o miúdo dizia logo "que não tinha nada". Quando vai a Vidago "só quer descanso" e não gosta de confusões.
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Não esperem ver um Pedro Gonçalves a tirar a camisola ou a entrar numa corrida desenfreada campo fora quando marcar um golo.
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O ex-Famalicão é homem de festejos discretos, à imagem da personalidade que mantém desde pequenino. "Já no Chaves festejava os golos de forma simples. Marcar para ele era algo normal, era o trabalho dele. Dava um pulinho e mais nada. Aliás, se visse um colega numa posição melhor então até assistia, nunca foi egoísta a ponto de pegar na bola e resolver sozinho", descreveu Armando Carvalho. "Era um miúdo diferente pelo carinho que tinha pelos colegas. Estava sempre a incentivar", completou Rui Branco. "Não gosta de falar com muita gente ao mesmo tempo. Sempre foi bastante reservado e privilegia falar em privado", acrescentou André Vidal.
Os traços da personalidade de Pote são corroborados pela mãe e padrasto. "Quando vem a Vidago só quer descanso. É muito reservado. Senta-se no sofá, passo-lhe duas vezes a mão na cara e fica logo a dormir ao pé de mim", contou Maria Pereira. "Vem a Vidago e vai embora e ninguém o vê", afirmou Mário Adães.
"Senta-se no sofá, passo-lhe duas vezes a mão na cara e fica logo a dormir"
Por isso mesmo, Armando Carvalho olha para trás e recorda uma criança pouco dada a travessuras. "Sempre foi muito simples. A alegria dele era onde estivesse uma bola. Nunca foi preciso repreendê-lo e essa maneira de ser enchia-me as medidas. Desde cedo se notava que ele ia chegar longe, porque a maneira de ser fazia a diferença", comentou.
Sendo Pote pouco amigo de grandes confusões, como está o internacional sub-21 a lidar com todo a visibilidade em torno deste arranque de época? "Está sereno. O Pedro tem noção do mediatismo que está a atingir e pode chegar a um patamar mais alto. Título? É possível e gostava de lhe dar os parabéns, mas vou, de certeza, dar-lhe os parabéns por títulos individuais", prevê André Vidal. Para além de não gostar de grandes festejos, Pedro Gonçalves também não é dado a enfermarias. "Nunca está doente. Às vezes dizia ao massagista para ver o pé do meu menino, mas ele dizia logo que não tinha nada", referiu Maria.
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Ganhava apostas ao bola na barra
Maria Pereira guarda com especial carinho a história dos tempos em que Pedro Gonçalves fugia para o campo para "bater umas bolas" com Caló, então adjunto dos seniores do Vidago. "Passava horas a jogar ao bola na barra com o Caló e faziam apostas", lembrou a mãe. "E normalmente era o Pote que ganhava, isto com oito ou nove anos", completou André Vidal. "Ele treinava aquilo durante muito tempo. Não gostava de perder", sublinhou Maria Pereira.
"O guarda-redes queria defender a sério e não conseguia parar os remates do Pedro"
Além disso, a criança também já tinha a destreza de marcar penáltis ao... guarda-redes da equipa principal. "Inicialmente o Paulo, que era o guarda-redes, levava para a brincadeira, mas depois começou a tentar defender a sério e não conseguia parar os remates do Pedro", revelou André. Sinal de que o miúdo tinha mesmo uma grande potência de remate...
