Declarações de Sérgio Oliveira em entrevista à revista Dragões. Médio do FC Porto fala sobre os sacrifícios que fez para triunfar no clube e não esquece a família.
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Braçadeira de capitão: "Cheguei ao FC Porto com nove anos. Para mim, chegar à equipa principal era um sonho, que felizmente se tornou realidade. Mas tu nunca imaginas que vais chegar à equipa. O tempo passa e as dificuldades aparecem. Quando se tem nove anos, ainda falta muito tempo até teres a oportunidade de chegar à equipa principal. O meu pai teve uma batalha muito dura, trazia-me todos os dias, chovia... É o meu pai, de certeza que fez isso com todo o orgulho, mas sem ele e toda a minha família não seria possível. A minha mãe trabalhava na altura e sinto que foi uma parte amarga da vida dela não ter tido a oportunidade de me seguir nessa fase, mas hoje é minha fã incondicional, está sempre presente tal como toda a minha família e a minha esposa. Foi um percurso bonito e a concretização de um sonho".
Valores: "Sem trabalho não se chega a lado nenhum. No FC Porto aprende-se que cada dia, cada treino, é uma oportunidade. Porque, mesmo que treines bem hoje, se amanhã não o fizeres, já te estão a cobrar, mas é essa exigência que nos faz chegar onde queremos estar. Temos que sentir a camisola que vestimos, porque entrar com a camisola do FC Porto é uma grande responsabilidade, desde miúdos. Para jogar neste clube, é preciso dar o máximo todos os dias. Tens de ter paixão por tudo o que fazes, pelo dia a dia, e pensar "eu vou chegar lá". É esse o segredo, ser mentalmente positivo e pensar que todos os obstáculos são apenas mais um. É essa garra, essa raça e crença, que nos fazem alcançar todos os objetivos"
Sintonia: "Não chega só trabalhar bem, há muitas coisas que têm de estar em sintonia. Quando és adolescente, tens de abdicar de muita coisa. Até queres estar com os teus amigos, sair à noite, e não dá. Nunca fui a uma visita de estudo ou a uma viagem de finalistas. Não aproveitei a minha adolescência como os meus amigos aproveitaram, mas não tenho qualquer arrependimento. Não vivi a adolescência dessa forma, mas já vivi momentos que os meus amigos nunca viveram".
Aposta na formação: "Eles estão cá, por isso sabem o que é preciso. Eu sabia o que era preciso, mas o percurso só faz sentido quando és tu a perceber o que tens de fazer. Não adianta eu, o Pepe, o Corona e os mais velhos do plantel dizermos aos mais novos "faz isto, faz aquilo", porque tem de vir deles próprios, tem de estar intrínseco neles. Com a qualidade que eles têm e se tiverem esse pensamento, acredito que terão uma carreira muito bonita aqui".
Mística: "Sem dúvida, o mister faz questão disso. O que é a mística? Ganhar. Ganhar sempre.
É evidente a confiança que transmite a todos os colegas em campo e a todos os adeptos que, infelizmente, só podem assistir de casa."