Declarações de Rúben Amorim, treinador do Sporting, na antevisão à deslocação ao terreno do Estoril (sexta-feira, 20h15), a contar para a sétima jornada da I Liga
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Bom registo defensivo do Sporting é algo que o deixa surpreendido [perdeu Coates, Neto e ainda não conseguiu "estabilizar" a linha de três]? “Surpreendido não digo. Acho que a equipa cresceu muito na forma como reage. Acho que ainda estamos mais rápidos, acho que tem a ver com as características dos jogadores. Senti bastante conforto dos jogadores ficarem homem para homem, e isso foi algo que nós tínhamos cuidado a não deixar o Seba [Coates] em homem para homem, porque também se tivéssemos de baixar o Seba tinha outra capacidade para defender a área. Sempre que eu penso nisso, acho que nós estamos no caminho certo, mas imagino sempre jogos mais difíceis, onde nós jogamos mais perto da área, e aí já veio a preocupação… Para já não passamos muito tempo nos jogos lá, depois não temos muito tempo para treinar, e depois as características dos jogadores não são perfeitas para defender a área, como era o Fedal, o Neto e o Seba, portanto tapa-se de um lado, destapa-se de outro. Não diria que estou surpreendido, mas acho que eles cresceram muito rápido. Cresceram muito rápido e adaptaram-se muito bem ao um para um, muitas vezes longe da baliza, e acho que é dessa forma que nós temos que continuar a defender, principalmente no nosso campeonato. Obviamente que com jogos de Liga de Campeões teremos de ter outra capacidade de defender a nossa baliza, mas acho que não me surpreenderam mas melhorámos bastante rápido a reação, os duelos e a forma de defender longe da nossa baliza.
Sente que ainda faltam testes mais difíceis? “Eu sinto que nós vamos ter testes onde todas estas coisas que eu digo às vezes no fim dos jogos, vai ser muito claro para toda a gente. Eu tenho essa ideia e de que vamos sofrer. Portanto eu quero, pelo menos no fim dos jogos, mostrar aos jogadores que vai haver certos jogos em que eu acho que vamos ter outra ideia da nossa valia, digamos assim.
Como se gere a situação de ter de deixar alguém de fora entre Conrad Harder, Pote, Trincão, todos os jogadores com fome de jogar e prontos para dar o seu contributo? “Antigamente era mais difícil. Como há muitos jogos, vai haver espaço para todos, estamos a esquecer o Marcus [Edwards], porque se ele estiver bem fisicamente também é difícil tirá-lo. É algo que nós tínhamos que crescer como clube, era algo que eu tinha que crescer também como treinador. Deixar jogadores importantes que querem sempre jogar, que se sentem muito importantes na equipa e temos que escolher e fazer a sua gestão. O segredo disto é mantermo-nos nas competições todas, para que toda a gente possa ter espaço e depois têm que lutar por um lugar, porque isso também faz parte do crescimento da equipa. Nós temos jogadores, se houver uma lesão, se temos que jogar um jogo onde temos que ganhar e depois na Liga dos Campeões também temos que ser competitivos e temos que ganhar o jogo… Todos têm de estar preparados, porque ao terceiro jogo da semana não vamos conseguir manter o nível, porque dependemos muito da velocidade e da intensidade. É uma dor de cabeça boa e é um passo que o clube tinha de dar e um passo que eu como treinador também tinha de dar, portanto vejo isso com naturalidade.”
Este Sporting é ou está muito perto de ser o melhor Sporting da era de Rúben Amorim? “Eu acho que é o melhor, acho que é o que tem mais intensidade, é o que tem mais confiança, é aquela equipa que eu acho que acredita mais em si, digamos assim. Eu sinto isso nos jogadores. É o Sporting que, quando vamos para o jogo, eu não sei qual é que vai ser o resultado, sinto ansiedade sobre o resultado, mas sinto-me mais tranquilo sobre aquilo que vai acontecer no jogo. A consistência, que vai a bola vai para aqui, nós não vamos perder a bola aqui, podemos ter problemas nesta situação e é tudo mais claro quando vou para o jogo, isso é o que eu sinto. Diria que neste momento, acho que já disse o ano passado também que era o melhor Sporting, mas acho que nós demos ainda um passo em frente e acho que é claramente mais perto daquilo, da ideia que eu tenho para a equipa do Sporting, portanto é o melhor Sporting.”