ENTREVISTA, PARTE II - Com o regresso do campeonato polaco marcado para o dia 29 de maio, a vida no país natal de Pawel Kieszek começa a normalizar com o cumprimento das normas de segurança, como acontece em Portugal. O jogo com o FC Porto merece uma curiosidade.
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O que conhece de jogadores polacos que passaram em Portugal, como Mlynarczyk, Mielcarski ou Juskowiak?
-Pessoalmente apenas conheço o Juskowiak, que encontrei em Cascais. Sei que o Mlynarczyk foi um dos grandes guarda-redes polacos e que o Mielcarski foi um bom avançado, mas quem jogou mais em Portugal fui eu (risos).
Qual é o melhor jogador da história da Polónia? O Boniek?
-Para mim é o Lewandowski, que é top mundial. Mas nasci em 1984 e não conheço os jogadores mais antigos como o Boniek, que foi muito bom, assim como o Lato ou o Lubanski. Tivemos avançados de qualidade, mas o Lewandowski é o melhor.
Como está o futebol polaco?
-Não está muito bem. Nos últimos dez anos, vimos apenas uma vez o Légia na Liga dos Campeões, sendo que até chegou a perder a qualificação para uma equipa do Luxemburgo, o que não pode acontecer a um país com 40 milhões de pessoas. Os jogadores ganham muito bem e temos que passar mais vezes.
E como corre a vida na Polónia nesta altura de pandemia?
-Uma das grandes diferenças é que na Polónia toda a gente usa máscara. Temos cerca de onze mil infetados e 600 mortos, sendo que, tal como em Portugal, estes números pecam por escasso. As pessoas nas lojas cumprem as distâncias e sabem esperar, enquanto em Portugal já se perdeu um pouco de rigor até no uso das máscaras.
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"Com o FC Porto corri... sete quilómetros!
Na análise à posição de guarda-redes, Pawel Kiezek elege o alemão Neuer como o melhor do Mundo, mas o seu ídolo sempre foi Schmeichel.
Quem é para si o melhor guarda-redes a nível mundial?
-É difícil escolher, mas o Manuel Neuer é uma referência que tem muitas coisas interessantes. Temos cinco ou seis guarda-redes de alto nível, mas não posso dizer que algum deles seja o melhor. O Oblak está num grande momento, mas também lhe faltam algumas coisas. O meu grande ídolo foi o Peter Schmeichel e, na Polónia, também gostava do Dudek.
Fala-se muito de guarda-redes que jogam bem com os pés. Não é mais importante jogar bem com as mãos?
-O grande objetivo do guarda-redes é defender a baliza, mas atualmente também temos que jogar bem com os pés e jogar como um 10 da linha defensiva. Antigamente um guarda-redes fazia cerca de quatro quilómetros por jogo e na época passada, no último jogo pelo Málaga, fiz 5,5, o que já era muito bom. No último jogo do Rio Ave, contra o FC Porto, corri sete quilómetros, o que diz bem da importância de oscilares em campo consoante a linha defensiva.
MEMÓRIAS
O gato Hélton foi o melhor
Entre os muitos colegas de baliza com quem partilhou o balneário, Pawel Kieszek elege o brasileiro Hélton, do FC Porto, como o melhor guarda-redes. "Era um verdadeiro gato na baliza e jogava muito bem com os pés..."
Festa no Córdoba pela salvação
Ganhou títulos no FC Porto e guarda boas memórias de todos os clubes, mas uma das melhores recordações da carreira viveu nos espanhóis do Córdoba. "Conseguimos a manutenção e foi um feito incrível. Até chorei", recordou.
Ainda marcou um golo mas não gosta
Pawel Kieszek chegou a marcar um golo, ainda com idade de júnior, na Polónia, de grande penalidade. "O guarda-redes marcar um golo é uma falta de respeito pelo adversário", brincou.