ENTREVISTA - Protagonistas Sérgio Oliveira e Corona merecem menção honrosa, mas Fábio Silva destaca a evolução do "motor" dos dragões: Otávio.
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Fábio Silva coloca-se na pele de adepto e, por isso, analisa a temporada do FC Porto utilizando verbos na primeira pessoa do plural. Da importância de Marega à irreverência de Corona, o atacante considera que há razões de sobra para os portistas confiarem numa reviravolta.
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Disse que se um dia voltasse ao Olival gostava de deixar uma palavra a Sérgio Conceição. O que lhe diria?
-A minha intenção seria falar com toda a gente, porque não gosto de individualizar. Gostava de ir lá para me despedir e agradecer, porque há dois ou três colegas com os quais ainda mantenho contacto frequente e isso faz-me ver que, mesmo para a idade que tinha [17 anos], sentiam um carinho especial por mim. Por isso, gostava de agradecer a todos, inclusive ao staff técnico.
Como vê o atual momento do FC Porto?
-Acho que estamos num bom momento. Na Liga dos Campeões fizemos uma campanha muito boa, num grupo difícil, e, no que toca ao campeonato, ele é muito longo e ainda faltam muitos jogos. Aquilo que nos caracterizou o ano passado, quando anulámos uma desvantagem e fomos campeões, foi a união. E, nesse aspeto, tanto o staff técnico como o grupo são muito fortes. Podemos estar em momentos maus, mas nunca deixamos isso transparecer no dia a dia. Isso foi o grande lema da época passada, mesmo entre os jogadores que não jogavam. Estivemos sempre juntos e isso deu-nos força para conquistarmos os títulos que conseguimos.
O FC Porto vai entrar em 2021 no terceiro lugar. Surpreende-o?
-Surpreende, porque eu e os adeptos estamos habituados a que o FC Porto esteja no primeiro lugar. Mas isso não tem que causar qualquer depressão, porque temos o exemplo do ano passado. Se calhar muita gente não esperava que viéssemos a ser campeões e, com aquele espírito, conseguimos dar a volta. Com este grupo, podem contar com a equipa até ao fim, porque nunca se rende. Isso é o mais importante.
Terceiro lugar dos azuis e brancos surpreende por não ser habitual. Contudo, o avançado sustenta que não é razão para entrar em depressão e usa reviravolta em 2019/20 como exemplo de que tudo acabará bem
Que jogador destaca?
-O Corona e o Sérgio Oliveira têm estado muito bem, mas vou destacar o Otávio.
Porquê?
-Quando via os jogos antes de começar a jogar com ele, achava que tinha algumas coisas, mas não o achava um jogador tão completo e, com a ajuda do staff técnico, agora está muito completo. Dá-me prazer vê-lo jogar. Quando estava no clube tínhamos uma ligação fantástica, falava com ele muitas vezes e agora acho que está numa forma muito boa.
Disse recentemente que, se pudesse escolher, aconselharia Corona à Premier League. Porquê?
-O Corona foi dos jogadores que mais me marcou pela tranquilidade como joga e por ser irreverente em campo. Isso agrada-me. Gostava de voltar a jogar com ele e de o ver num campeonato assim, porque é um jogador que, pela qualidade que tem, pode jogar onde quiser.
E dos jovens que ganharam consigo a Youth League?
-Muitos. O FC Porto, em termos de formação, está muito bem servido, não só nessa geração, mas também noutras, porque estão a aparecer mais jovens. O clube está a fazer um bom trabalho e parece-me que existem jovens que podem subir rapidamente à equipa principal. Agora, do ano em que vencemos a Youth League, todos os que estão no plantel têm capacidade para lá estar.
Marega é o avançado com mais golos da equipa. Considera que ele rende mais com alguém ao lado?
-Sim, mas também ajuda muito o outro avançado. Posso falar pelo meu caso. Ele ajudava-me muito, porque sou um jogador que gosta de baixar um pouco para ter bola, embora também goste de fazer movimentos de rotura e pedir nas costas. E como ele faz aqueles movimentos nas costas muito bem, concede muito espaço ao outro avançado e isso ajuda muito a quem joga com ele.
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