O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira classifica de "incrível e inacreditável" a dualidade de critério do Governo quanto ao cancelamento da II Liga
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O presidente da Câmara de Santa Maria da Feira classificou, esta sexta-feira, de "incrível e inacreditável" a dualidade de critério do Governo quanto ao cancelamento de provas de futebol, antecipando os prejuízos locais gerados pelo fim da II Liga.
Em causa estão as medidas que, no âmbito da covid-19, ditaram esta quinta-feira a proibição de se concluir o campeonato em que joga o Feirense, equipa profissional que na presente época vinha lutando pela subida à I Liga.
Se a I Liga vai ser concluída com jogos em junho ou julho, então a II Liga também tem que ser concluída. Justiça é tratar todos por igual"
"É absolutamente incrível e inacreditável esta decisão, tomada de forma unilateral, sem consultar os clubes e sem ponderar prejuízos económicos e financeiros. Se a I Liga vai ser concluída com jogos em junho ou julho, então a II Liga também tem que ser concluída. Justiça é tratar todos por igual", defende Emídio Sousa.
Afirmando que o cancelamento do segundo principal campeonato de futebol do país é "uma decisão que prejudica gravemente o CD Feirense e o concelho de Santa Maria da Feira", o autarca social-democrata contesta a ingerência do Governo na decisão.
O que o Governo devia ter anunciado eram as condições necessárias para que os jogos se pudessem realizar"
"O Governo não tem que se meter na vida dos clubes profissionais e decidir que há condições para continuar a I Liga, mas não há condições para a II Liga. O que o Governo devia ter anunciado eram as condições necessárias para que os jogos se pudessem realizar", reclama.
Emídio Sousa apela, por isso, a "que haja coragem para dar um passo atrás e proporcionar as mesmas oportunidades a todos os clubes" do país.
O CF Feirense também já repudiou publicamente a decisão do Governo, declarando que, embora favorável à implementação de restrições em defesa da saúde pública, está contra a conclusão da II Liga "com as classificações atuais", o que lhe inibe a possibilidade de ainda disputar a subida, enquanto a I Divisão é autorizada a retomar os jogos e a manter a luta pelos lugares de topo.
Argumentando que a situação resulta num "claro prejuízo" para o clube, a direção da equipa alvinegra avisa: "Os feirenses não se vão calar e não aceitam uma decisão que viola os princípios democráticos implantados há 46 anos [e se apresenta agora] em prejuízo do futebol, da verdade desportiva e de muitos clubes, para benefício de apenas alguns".