A propósito do 15.º aniversário da presidência de Luís Filipe Vieira no Benfica, André Lima, o técnico do futsal "encarnado", contou vários episódios marcantes vividos durante esse período, em que também foi jogador,
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Primeiro como jogador e depois como treinador, André Lima marcou uma era no futsal português, em particular no Benfica, emblema que levou ao título europeu em 2010, conquista inédita entre formações portuguesas. A propósito do 15.º aniversário de Luís Filipe Vieira na presidência do clube da Luz, O JOGO falou com André Lima, que recordou alguns momentos ao lado do dirigente.
"O episódio mais marcante como jogador foi quando assinei um contrato com o Benfica tinha eu já 34 anos. Foi-me apresentado um contrato de mais 3 anos e perguntei ao presidente se sabia a minha idade. Ele disse que sim e que acreditava que aquele não seria o meu último contrato. Foi algo que me marcou. A verdade é que terminei a carreira de jogador como bicampeão e fizemos o tri, já comigo como treinador", afirmou André Lima.
O técnico de 47 anos relatou ainda um episódio curioso, decisivo para o título europeu em Lisboa que envolveu a contratação de dois atletas. "Como treinador o que mais me marcou foi a confiança que o presidente me deu principalmente no segundo ano como treinador. Numa reunião de início de época ele perguntou-me se eu confiava no plantel para a nova época e também perguntou quantos jogadores eu queria dispensar, porque ele achava que alguns jogadores não estavam comigo. Eu respondi que não existia nenhum treinador que tenha todos os jogadores com ele. E disse-lhe que mesmo que alguns, que eram poucos, não gostassem de mim, eu sabia que eles gostavam do Benfica e, acima de tudo, gostavam de ganhar. Disse aquilo, porque os conhecia bem. Ao que ele disse, 'depois não venhas aqui chorar'".
"Mesmo que alguns, que eram poucos, não gostassem de mim, eu sabia que eles gostavam do Benfica e, acima de tudo, gostavam de ganhar"
Eu respondi-lhe que ia chorar ali no momento: 'Preciso de dois jogadores para ser campeão da Europa, o Joel Queirós e o Davi. Ele perguntou-me quanto custavam? Eu disse-lhes o valor e ele disse que eu devia estar maluco", contou, até ter tido o aval de Vieira face à argumentação mantida. "Respondi, presidente, o Davi é melhor fixo e o Joel marca 50 golos numa época. E se o Ricardinho ficar somos campeões da Europa. Ele, 50 golos? Ele respondeu: contrata os gajos. Conclusão, fomos campeões da Europa."
No âmbito global, André Lima sente que Vieira ainda pode fazer mais pelo clube. "Num país como nosso, quanto mais se investir na formação mais fortes podemos ser no futuro", diz, relativizando os casos de justiça em torno das águias. "Se mancha o nome do presidente? Isso com certeza mesmo que tudo seja falso, neste momento não é bom para o presidente nem para o clube. Espero que tudo se resolva rapidamente para bem do clube e do presidente".