O bom e mau de Felipe Anderson: a análise à lupa do que fez no Sporting-FC Porto
Sérgio Conceição avisou que é preciso tempo para entender a forma de jogar da equipa e O JOGO recolheu os dados do desempenho do extremo, que se estreou no clássico.
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No final do clássico de Alvalade, Sérgio Conceição frisou a importância da adaptação dos novos jogadores à identidade da equipa, lamentado a "falta de agressividade em alguns momentos".
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É certo que o treinador do FC Porto não se referiu a nenhum elemento em particular, mas não é menos verdade que Felipe Anderson foi o único reforço proveniente de um campeonato estrangeiro a estrear-se na noite de sábado e para quem o treinador olhou várias vezes quando estava a falar na roda. Posto isto, e uma vez que o golo do empate do Sporting começa na disputa de uma bola perdida entre o brasileiro e Palhinha, importa analisar o seu desempenho nos primeiros 31 minutos com a camisola do FC Porto.
Tal como mostra a infografia ao lado, a maioria das ações de Felipe Anderson na partida foi positiva. O camisola 28 entrou para o lado esquerdo, posição que lhe é natural, mas esteve essencialmente envolvido no apoio a Zaidu (foi titular pela primeira vez), que já tinha cartão amarelo. Por contraste com as quatro perdas de bola - três delas no meio campo azul e branco - Felipe juntou um alívio a duas interceções e duas recuperações.
O avançado perdeu quatro bolas, mas acumulou cinco ações entre cortes, alívios e recuperações
Um dos aspetos mais valorizados na estratégia de Sérgio Conceição prende-se com os duelos. Na globalidade dos que disputou, Felipe ganhou 64%, mas, nos defensivos, só não levou a melhor por uma vez em quatro disputas. Por outro lado, o facto de o extremo ter estado mais ativo no capítulo defensivo do que no ofensivo também se notou na eficácia do drible, só acertou um em três, ainda que tenha sido quase perfeito no passe.
Em suma, não se pode dizer que tenha sido uma estreia para esquecer por parte de Felipe Anderson, mas já se sabe que a exigência de Conceição é máxima - aliás, o técnico fez questão de o sublinhar na conferência de imprensa: "Puxamos muito pelo jogador, tiramo-lo da zona de conforto e isso leva o seu tempo." Resta a Felipe Anderson tentar aproveitar a experiência que acumulou em contextos exigentes, como as ligas italiana e inglesa, para ir de encontro às altas expectativas que o próprio assumiu existirem, e aos requisitos do treinador.