Líder do Panetolikos, Gerasimos Belevonis, explica a parceria com as águias, recentemente formalizada, como um meio de o clube se afirmar na Grécia e também chegar às provas europeias
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Benfica e Panetolikos oficializaram este mês uma parceria já existente, mas que dá a partir de agora novos passos. Os gregos querem crescer e formar jogadores e as águias espreitam esses talentos.
Por que razão decidiu avançar para a cooperação com o Benfica?
-Os primeiros passos da nossa cooperação já tiveram início há alguns anos, e é importante que ela continue ativa e em evolução. Para um clube como o Panetolikos, poder trabalhar lado a lado com um dos maiores clubes da Europa é uma grande mais-valia.
Como funciona a parceria?
-Esta parceria estabelece a troca de conhecimento e de experiências, assim como a formação dos nossos treinadores. Permite-nos ter acesso a novas ideias, que podemos implementar na nossa academia e na nossa equipa, e há ainda a possibilidade de troca de jogadores. Existe, de parte a parte, a vontade de aproximar os dois clubes.
Nos últimos anos, o Benfica vendeu vários jogadores da sua formação para grandes clubes da Europa. É um caminho que o Panetolikos pretende também explorar?
-O trabalho feito pelo Benfica na formação é já conhecido. A experiência nesse sector vai ajudar-nos a organizar a nossa academia e a tornar o Panetolikos numa equipa que produza e desenvolva também talentos. É um dos nossos grandes objetivos: queremos crescer nos próximos anos.
Essa reputação da formação do Benfica foi importante para esta parceria?
-O Benfica tem uma tradição de fazer aparecer grandes jogadores e de fazê-los chegar ao topo. Acredito que, com este trabalho já desenvolvido, vai criar mais jogadores como João Félix. Ficamos felizes por isso, e o nosso desejo é crescer também nesse caminho.
Com a experiência e conhecimento dos encarnados, o emblema helénico quer desenvolver até níveis de topo a sua formação. E além de Dálcio, pode levar mais jogadores do campeão luso
Pode dizer-se que o clube vai tentar copiar o Benfica?
-Não diria copiar; queremos tirar partido do seu conhecimento e da sua experiência, de forma a progredirmos significativamente como clube.
Com esta parceria, pode o Panetolikos passar a lutar pelo campeonato e pelo acesso às provas europeias?
-Nos últimos 15 anos temos feito um grande esforço para manter o Panetolikos entre os dez melhores clubes da Grécia. Agora queremos tentar alcançar o acesso às competições europeias, e os nossos esforços vão nesse sentido.
Existe a possibilidade de contratar mais jogadores do Benfica?
-A nossa intenção não passa por ter muitos jogadores do Benfica. As escolhas são específicas e, aproveitando a boa relação existente, escolhemos os jogadores de que precisamos em prol dos dois. Temos o nosso próprio plano e escolheremos em função das nossas prioridades.
Vai contratar mais jogadores em Portugal?
-Já contratámos no passado vários jogadores no campeonato português e ficámos satisfeitos com a resposta. Vêm de uma liga competitiva e têm talento e atitude profissional. Estamos à procura de mais um ou dois jogadores.
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LUÍS CASTRO COM BONS EXEMPLOS
A parceria com o Benfica levou à contratação de Luís Castro, ex-técnico dos sub-23 do V. Guimarães, sobre o qual Gerasimos Belevonis, líder do clube, diz ter as melhores referências. "Quando falámos com ele, percebemos que estava pronto para assumir o projeto, que passa por criar uma equipa com jogadores jovens e ambiciosos e que nos próximos três anos esteja pronta para atingir feitos que o Panetolikos ainda não conseguiu alcançar", diz o dirigente, lembrando o êxito luso na Grécia: "Fernando Santos é o grande exemplo disso. Os grandes clubes gregos confiam nas suas qualidades e penso que os técnicos portugueses têm tido um bom desempenho. Também por isso decidimos contratá-lo."