Gamarra à espera de uma grande segunda mão entre equipas queridas Inter e Benfica e surpreso pela carreira de Conceição.
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Carlos Alberto Gamarra está entre os jogadores que menos tempo jogou no Benfica e mais saudades deixou, lembrando os 17 jogos feitos na época 1997/98, chegando do Internacional de Porto Alegre e rumando ao Corinthians em março, após ter convivido com três técnicos: Manuel José, Mário Wilson e Greame Souness. Na sua despedida deu vitória sobre o Beira-Mar na Taça de Portugal. Regressa à Europa para jogar no Atlético de Madrid e vive depois uma etapa no Calcio entre 2002 e 2004, onde chega a ser companheiro de Sérgio Conceição. O icónico central paraguaio, monstro da seleção nos anos noventa, recorda a brevíssima passagem pelo Benfica, agora que vê as águias a discutirem um apuramento com outro dos seus clubes na Europa.
"O Benfica abriu-me as portas da Europa e ficaram memórias lindas, apesar do pouco tempo que fiquei em Lisboa. Posso dizer que gostaria de ter ficado uns anos mais para poder realmente mostrar nesse momento o futebol que tinha e a forma que gozava. Teria sido ótimo desfrutar mais um tempo do meu querido Benfica", confessa Gamarra, que assistiu ao Benfica-Inter da primeira mão, ficando certo das dificuldades que agora acompanham as águias.
"Foi um jogo definido a partir de alguns detalhes e face à melhor precisão do ataque do Inter. Não pude torcer por ninguém na primeira mão, era difícil pelo carinho que tenho pelos dois. A vida está complicada para o Benfica, foi um resultado muito benéfico para o Inter, tanto na diferença de golos como pelo fator casa que agora terá. Mas o futebol reserva sempre surpresas. Espero, sim, um grande jogo", observou Gamarra.
"Procuro quando posso alguns amigos em Portugal para saber como anda o Benfica. Sabemos que é uma luta constante pelo título entre o Benfica, FC Porto e Sporting, algo meritório que leva os três a fazerem grandes vendas", aclarou o antigo central, recuando ainda ao que viveu no Calcio ao serviço do Inter, surpreso pela ascensão a treinador de Sérgio Conceição.
"Tocou-me jogar uma grande era do futebol italiano, onde se trabalhava imenso, qualquer equipa era blindada do meio-campo para trás e como defesa lembro-me que não havia treinador que me deixasse jogar. Era só bola para a frente e sair a pressionar. Lembro-me bem de Conceição mas era difícil imaginar que ia ser o grande treinador que é", resumiu.