Luís Maximiano relatou o clima de terror vivido no balneário da Academia do Sporting no dia 15 de maio de 2018.
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Luís Maximiano foi o primeiro jogador do Sporting a testemunhar através de videoconferência esta segunda-feira, em mais uma sessão do julgamento do processo do ataque à Academia de Alcochete.
O guarda-redes dos leões recorda ter ficado "parado, sem reação" e relatou com pormenor as agressões levadas a cabo contra os companheiros de equipa.
"Não houve conversa nenhuma, entraram diretamente no balneário e foram direitos ao Rui Patrício, William, Battaglia, Misic e Acuña. Comigo não houve nada, fiquei parado, sem reação. O William levou uma pancada no peito, Rui Patrício também, Battaglia levou com o barril da água, o Misic com um cinto na cara e o Acuña levou pontapés. Houve pelo menos duas tochas. Uma atingiu Mário Monteiro na barriga", contou o jovem jogador, prosseguindo:
"Eles saíram todos ao mesmo tempo e à saída disseram: 'não ganhem no domingo [final da Taça de Portugal] que vocês vão ver. Tive receio, estava a dar os meus primeiros passos na equipa principal, fiquei assustado. Era mais jovem, tinha menos experiência, fiquei com receio de que quando chegasse a minha vez de jogar, aquilo voltasse a acontecer. Ficámos todos parados e surpreendidos. Fomos apanhados de surpresa, ninguém teve grande reação", relatou Max, detalhando o que foi feito a Misic, Acuña e Battaglia.
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"O Misic estava sentado e levou um 'chega para lá' e, sem nada que fizesse prever, levou com um cinto. Ele não disse nada, nem sabe falar português. Entraram e partiram logo para as agressões, não vi ninguém a pedir calma. Passei pelo Battaglia e ele disse-me que não havia treino, que era um carnaval. O Acuña foi empurrado para dentro de um cacifo, daqueles de balneário, sem porta. Estava rodeado por duas ou três pessoas", concluiu Maximiano, que foi questionado por Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, com fotografias do dia da invasão.