
Nuno Santos, extremo do Sporting
LUSA
Nuno Santos tem sido um dos destaques do Sporting na presente temporada, ele que já representou o FC Porto e o Benfica
Indiscutível no onze de gala de Rúben Amorim, Nuno Santos tem sido um dos dínamos do excelente arranque de temporada protagonizado pelo Sporting e encontrou, em Alvalade, a casa ideal para dar sequência a uma trajetória ascendente rumo a outra projeção mediática.
"O Nuno percebeu que, às vezes, o sumo de um jogador passa pelos golos e assistências e ele tem fome todas as semanas" >> Rúben Amorim
A sua contratação pelo clube lisboeta, a troco de 3,5 milhões de euros e das cedências de Gelson Dala e Francisco Geraldes, surgiu após o extremo ter feito a melhor época da carreira ao serviço do Rio Ave, mas os números alcançados nos primeiros meses com o leão ao peito mostram um jogador que parece determinado a pulverizar todos os recordes pessoais. O coletivo também ganha com tal demanda, pois, entre golos e assistências, a influência de Nuno Santos nas contas do Sporting tem contornos gigantescos.
Autor de quatro golos e de sete assistências nos 12 jogos disputados para todas as competições, o reforço teve participação direta em onze dos 35 remates certeiros (31,42%) dos leões na presente temporada. A percentagem supracitada é bem superior à registada em 2019/2020 com a camisola do Rio Ave, onde contribuiu com cinco golos e sete assistências para o total de 63 tentos apontados pelos vilacondenses na época: 19,04 %. No último degrau deste pódio surge a primeira aventura a nível sénior do extremo. Em 2014/2015, ao serviço do Benfica B, Nuno Santos somou os seus melhores números absolutos da carreira - oito golos e sete assistências que, a este ritmo, vão ser ultrapassados esta época -, embora a influência nos números do jovem conjunto encarnado tenha ficado pelos 18,07%.
Contratado após deixar a sua marca em 19,04% dos remates bem sucedidos do Rio Ave em 2019/2020, o extremo está no caminho certo para pulverizar todos os recordes pessoais
O atual registo de Nuno Santos tem "dedo" do trabalho específico que tem vindo a realizar na Academia com incidência na capacidade de decisão no último terço. Comparando os números da presente temporada e os de 2019/2020 é notória uma evolução do jogador ao nível dos remates enquadrados com a baliza (47,1% contra 26,3%), dos passes para o último terço (66,7 % contra 53,2%) e do número de toques na área adversária: 3,17 por cada 90 minutos em comparação com os 2,49 registados na sua última época com a camisola do Rio Ave.
A sua transformação de jogador de linha em interior, com a missão de apoiar o avançado, também ajuda a explicar que parâmetros como o número de cruzamentos ou os dribles com sucesso tenham, atualmente, uma percentagem ligeiramente mais reduzida do que a verificada em 2019/2020. Isto porque, em vez de focar-se no um contra um, Nuno Santos tem procurado, acima de tudo, as combinações rápidas com os seus colegas de ataque.
Evolução na mentalidade
Com passagens pelos rivais do Sporting, esteve na formação do FC Porto e chegou a disputar dois jogos pela equipa principal do Benfica após longa estadia nas camadas jovens das águias, Nuno Santos tem dado uma resposta afirmativa e contundente na sua primeira aventura consolidada por um dos grandes. O segredo? A preocupação em aliar o melhor de dois mundos. "O Nuno percebeu que, às vezes, o sumo de um jogador passa pelos golos e assistências e ele tem fome todas as semanas. Esperávamos um jogador com a qualidade e intensidade que tem. É muito competitivo e deu um passo em frente ao nível da mentalidade", destacou Rúben Amorim no passado dia 27 de novembro, na conferência de Imprensa de antevisão ao duelo frente ao Moreirense. Curiosamente esse até foi um dos jogos onde o reforço não contribuiu com ações decisivas para o resultado final, "limitando-se" a cruzar para uma má intervenção de Matheus Pasinato que culminou num golo de Pote na sequência de vários ressaltos.
