Nuno Santos dá a volta por cima no Sporting: rei das assistências recupera lugar
Titularidade em Braga foi a primeira depois de um mês difícil. Melhor assistente do leão aponta, agora, ao Nacional.
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Lufada de ar fresco na temporada de Nuno Santos, extremo que assumiu preponderância na estratégia de Rúben Amorim durante grande parte da época, mas que a partir de março viu a sua utilização diminuir.
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Oora pela inclusão gradual de Paulinho no onze titular - atrasou com um problema físico, em fevereiro -, ora pela mudança de estratégia, com Daniel Bragança a reforçar o meio-campo em alguns jogos e a tirar um dos apoios ao ponta de lança, o extremo perdeu protagonismo. Só que o ex-Rio Ave não desistiu e mesmo com uma lesão pelo meio (tendinopatia na coxa esquerda), foi à luta, recuperando, assim, a titularidade em Braga, no último domingo, e colocando um ponto final num período de mais de um mês sem entrar de início.
Peça com maior encaixe no 3x4x3 do que no plano B (3x5x2) do leão, o canhoto foi dando boas respostas no treino, mas essencialmente dentro de campo. Depois de Tondela, a 13 de março, o último jogo em que assumiu a titularidade, jogara apenas 14 e 6 minutos frente a Famalicão e Farense, respetivamente; depois, diante do Belenenses, e com o resultado em 0-1, cumpriu toda a segunda parte, saindo do seu pé esquerdo a assistência para o 1-2 (o jogo terminou empatado a duas bolas). Rúben pareceu convencido e no Minho colocou-o num ataque composto, também, por Pedro Gonçalves e Paulinho, só que a expulsão de Gonçalo Inácio ao minuto 18 trocou-lhe as voltas à estratégia, retirando o 11 de campo ao intervalo para trancar a equipa, ele que entre o vermelho e o descanso fechou o lado esquerdo, recuando para uma primeira linha de cinco futebolistas, deixando o ala Nuno Mendes mais dentro, à sua direita.
Mesmo com a utilização reduzida nas últimas semanas, o camisola 11 é responsável direto por 23% dos 69 golos que o Sporting tem marcados esta época. É, com Coates e Jovane, o segundo artilheiro do leão
Nuno Santos - e os números provam-no - continua a ser um dos elementos com maior expressão naquilo que é o Sporting versão 2020/21: está em segundo lugar nos melhores marcadores da temporada, com os mesmos sete golos que Coates e Jovane (só Pote, com 17, os supera), liderando a lista de assistentes, com nove passes para golo num total de 33 jogos em que participou. Aos cinco "serviço expressos" que protagonizou na Liga NOS junta-lhe mais três na Taça de Portugal e ainda outro na curta participação do Sporting na Liga Europa. Concluindo, Nuno Santos tem participação direta em 16 dos 69 golos oficiais marcados neste ano desportivo (chega a superar os 23%). Sábado, diante do Nacional, o extremo deverá ser de novo lançado a abrir o jogo da 30.ª ronda do campeonato, puxado pelos registos e confiança.
Decisivo no lamaçal da Choupana
Há uma volta, na ronda 15 do campeonato, Nuno Santos foi determinante para que o Sporting conquistasse os três pontos precisamente diante do Nacional, o próximo adversário, sábado, pelas 20h30: numa Choupana que se transformou num autêntico lamaçal - o mau tempo até adiou o jogo em 24 horas, mas deixou o terreno em muito mau estado -, o camisola 11 abriu o ativo perto do intervalo (43"), ajudando a construir um triunfo por 2-0 que Jovane fecharia em cima do apito final. Aliás, foi para o lugar do canhoto que o camisola 77 entrou.