ENTREVISTA (Parte 1) - Nuno Lobo, candidato da Lista B, afasta a hipótese de desistir após ver nomes escolhidos por Pinto da Costa e, a O JOGO, defende-se da acusação de falta de prática.
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Foi o último a entrar na corrida à liderança do FC Porto e até afirmou que desistiria se Pinto da Costa mudasse a equipa, mas Nuno Lobo afiança, em entrevista a O JOGO, que agora vai até ao fim. Chegar aos 150 mil sócios e aumentar as receitas do clube são as principais bandeiras.
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Ser presidente do FC Porto é um sonho ou um objetivo?
-É um objetivo. Depois de ter sido visado por ter dito que não tinha aquele sonho pela cadeira, particularizaram isso numa pessoa e, por isso, não uso a palavra sonho. A minha candidatura é de muita coragem e muita fé.
Tem conseguido passar a mensagem?
-Gostava de fazer as coisas de maneira diferente, se tivesse mais apoios e se as portas das nossas delegações e filiais se abrissem. Mas só tenho de aceitar, ir para a frente e ser positivo.
Por que motivo seria um melhor presidente do que Pinto da Costa ou José Fernando Rio?
-Porque acredito mais em mim do que nos outros. Acredito na minha competência e que o amor que sinto pelo FC Porto me fará superar todas as barreiras.
Como vai superar a falta de experiência e o facto de ser mais desconhecido da opinião pública?
-Sinceramente, nem penso nisso. Será viver com uma situação nova, mas estou preparado. Agora, estamos a falar do FC Porto. O Dr. Frederico Varandas e outros presidentes passaram pelo mesmo. Ninguém sabe. Ainda por cima, são mais de 38 anos que Pinto da Costa está na Direção do FC Porto.
É possível bater essa longevidade?
-Basta ver a rica história que tem o clube e o museu, com imensos títulos nacionais e internacionais, para perceber que parto em desvantagem. Agora, temos de olhar para o presente imediato e o futuro. Nenhum portista se revê no facto de, em 25 títulos possíveis, só termos ganho dois. Mesmo nas poucas modalidades que ainda temos, quantos títulos é que o clube ganhou? O FC Porto não tem poder nos órgãos de decisão e a situação financeira é gravíssima.
"Não imaginam o quanto fui insultado depois de uma entrevista que dei. Era chulo, mamão..."
Alguma vez pensou em desistir?
-Há muitos adeptos que, em vez de pensarem no FC Porto, pensam que isto é um cargo de poleiro. Não imaginam o quanto fui insultado depois de uma entrevista que dei. Era chulo, mamão... Estou a concorrer para presidente e sou insultado do pior. Há cerca de dois meses, disse que retiraria a minha candidatura se Pinto da Costa mostrasse outro elenco, outra visão. Mas o que mudou? Temos o Vítor Baía, uma pessoa por quem tenho muito carinho por tudo o que deu ao FC Porto.
Com que opinião ficou do restante elenco?
-É mais do mesmo. Quem são os responsáveis pela crise que o FC Porto atravessa? Onde é que eles estão? O que mudou? Nada. Só o Vítor Baía. Falam no nosso 'Bibota', mas ele já lá estava. Não vejo nenhuma renovação; zero. Os administradores da SAD estão na lista.
Ou seja, a desistência está agora fora de hipótese?
-Claro. Não vou desistir.
Sugeriu 250 medidas. O número não desvia a atenção do essencial?
-Quem ler o documento, verá que não. São 250 medidas, mas, se tivéssemos mais tempo, acho que as ultrapassaríamos. São medidas viáveis. Isto não surge por acaso. Não andamos aqui a brincar.
Quais pretende aplicar no primeiro ano?
-Primeiro vou reunir todas as pessoas e saber como o FC Porto está, porque o Relatório e Contas não basta. Temos de saber, na realidade, aquilo que o clube tem e não tem. Agora, tenho a certeza absoluta que isto é viável. Se não, não fazíamos isto.
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