Declarações de José Fernando Rio, candidato à presidência do FC Porto, em entrevista ao Porto Canal.
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Contas: "As condições atuais no Mundo são complicadas, mas as contas vêm em declínio há vários anos e isso impede que o FC Porto tenha a capacidade negocial de há 10/15 anos. Por exemplo, o Deco nessa altura queria sair, mas o FC Porto renovou prometendo sair depois".
Proposta: "O que proponho trazer para o FC Porto e para a SAD é rigor, profissionalismo e transparência. Não estou a chamar as pessoas de incompetentes, mas a realidade mostra as contas num declínio total, com todas as sirenes a apitar".
Academia: "O FC Porto habituou-nos a descobrir talentos e realizar grandes mais-valias, onde foi investido esse dinheiro? Devia ter sido no reforço da competitividade da equipa, nas infraestruturas, onde está a academia prometida há quatro anos? Hoje ouviu-se uma explicação com questões burocráticas. Parece-me muito pouco. A academia é fundamental e as condições têm de ser melhores do que as dos rivais, inclusive o Braga. Não posso prometer que esteja feita em quatro anos, mas não vou dizer que isso aconteceu devido a questões burocráticas. Isso demonstra até desinteresse pelo tema. Não fizeram a academia e vão fazer a Cidade FC Porto? É preciso coerência e não estar sempre a atirar areia para a cara dos adeptos".
Ideias: "Gestão equilibrada, com contas equilibradas que permita ao clube ser sustentável a médio e longo prazo. O clube passa por dificuldades, mas ainda não morreu. Tem de fazer parcerias, ir ao mercado, fazer investimento nas várias equipas, construir essas infraestruturas, Tem de ser feito passo a passo. Não vou chegar e colocar a primeira pedra da academia no primeiro dia. Temos de refinanciar a dívida, fazer cortes nos custos, potenciar receitas para ganhar algum tempo e depois implementar outras medidas a médio e longo prazo".
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Modalidades: "Nas modalidades, todas devem ter as mesmas condições de base, mas podemos dar capacidade de ir buscar patrocínios e publicidade. Tem de haver um caminho comum, mas cada uma pode ter o incentivo de quantos mais levarem ao Dragão Arena o orçamento ser reforçado, o mesmo com o merchandising. Vou alterar o modelo de cada modalidade ter um diretor. Na minha estrutura há um vice-presidente (o engenheiro José Correia) dedicado às modalidades, que terá abaixo de si três diretores para as modalidades. Queremos construir mais um pavilhão, só assim todos poderão treinar com as mesmas condições. Há modalidades que considero obrigatórias como o futsal e há patrocínios para isso. O futebol feminino também tem todas as condições. E tentaremos o regresso do atletismo, do voleibol masculino".
Garante estar preparado: "Quase pergunto se há um curso específico. Olhando para o projeto, para as ideias e para a equipa que juntei para todos os órgãos sociais... É uma equipa competente, descomprometida com os interesses políticos, do futebol e mediáticos".
Não falta gente do futebol? "A minha geração não renega Pinto da Costa, somos 'filhos' dele. Temos muito a aprender com ele, sem dúvida o maior presidente da história do futebol português. Tem obra feita, mas não tem obra nova. Houve um acomodamento e isso levou a um desequilíbrio. Falta-me experiência? A experiência ganha-se. Pinto da Costa marcou várias gerações de jogadores e treinadores e muitos deles não estão preparados para um corte emocional com Pinto da Costa. Apoiam as nossas ideias, trazem até algumas novas, mas depois não estão preparados para o confronto. Mas no dia a seguir à vitória os nomes vão aparecer, quem vai recusar trabalhar no FC Porto? Já falei com muita gente".
Passivo: "Temos de mudar, um passivo de 400 e tal milhões não é sustentável. Isso impede o FC Porto de crescer. Como se resolve? Com competência e vontade de resolver. As contas têm de ser equilibradas. Há dois anos sem investir um cêntimo foi campeão. É preciso descobrir talento, não só nos jovens mas também nas outras equipas. Mourinho foi campeão europeu assim".