Nuno Barbosa entrou aos 86" e fez o golo da vitória contra o Amora aos 90"+3", dando à equipa a entrada com o pé direito na fase de subida. O avançado chegou a São João da Madeira, proveniente do Leça, e já marcou cinco golos esta época, em 25 jogos. A "escola" foi no FC Porto, no Paços de Ferreira e no Rio Ave.
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Nuno Barbosa viveu um dos melhores momentos da sua ainda curta carreira na receção ao Amora. O avançado, de 22 anos, saltou do banco aos 86 minutos e só precisou de sete, praticamente na primeira vez que tocou na bola, para marcar um golaço que permitiu à Sanjoanense iniciar com o pé direito a fase de subida à Liga SABSEG. A sua confiança e as palavras do adjunto Henrique Esteves foram determinantes para a vitória dedicada ao colega Rui Pedro.
Na receção ao Amora entrou aos 86" e pouco depois marcava o golo da vitória. Imaginou este cenário?
-Quando fui aquecer fiquei na expectativa que ia entrar e que poderia ajudar a equipa com um golo. Antes de ser levantada a placa, o treinador adjunto [Henrique Esteves] disse-me "tens de ser tu a resolver, vais ser tu", e isso deu-me ainda mais força.
Como descreve o lance do golo, foi um dos melhores da carreira?
-Está no top 3 da minha carreira. Não só pelo modo como foi feito, mas também pelo minuto a que foi marcado e por ter dado a vitória à equipa nesta fase importante. Há um desvio do nosso extremo [Maranhão], a bola sobrou para mim, encarei o central e fiz aquele golaço. No ano passado, no Leça, marquei o penálti decisivo contra o Paredes que deu a passagem aos quartos-de-final da Taça de Portugal; quando estava na formação do Rio Ave [sub-17] marquei ao FC Porto, o que nos deu acesso ao play-off de apuramento de campeão.
Que avaliação faz da exibição da equipa, sentiu maior nervosismo agora?
-Entrámos sempre para vencer. Há um nervoso miudinho por querer ganhar sempre os jogos e por este ser mais decisivo. A equipa esteve desde o primeiro ao último minuto com a mesma vontade de vencer, foi um jogo bastante equilibrado, com oportunidades para ambos, e a sorte esteve do nosso lado. Aproveito para dedicar esta vitória ao Rui Pedro, que teve um momento infeliz; lesionou-se gravemente e dificilmente jogará mais esta época, mas estamos todos juntos a torcer por ele! O Rui Pedro é o jogador que mais admiro aqui pela sua carreira e personalidade. Transmite boas ideias aos jovens e temos de lhe dar muitos ouvidos por todos os ensinamentos...
Entrar com o pé direito é determinante para subir? Qual é o maior favorito?
-Ajuda muito começar com uma vitória, até porque é sempre diferente trabalhar durante a semana em cima de uma vitória. Estes três pontos já estão guardados, por isso já estamos a pensar no próximo jogo contra o Länk Vilaverdense, um adversário que já conhecemos. Prevejo um duelo ainda mais intenso por ter um peso maior que os anteriores. Cada equipa tem o seu valor para estar cá, mas acredito muito que vamos dar tudo por tudo para, no final, sermos nós a festejar!
Após a entrada de António Barbosa a equipa só perdeu duas vezes. O treinador teve um papel decisivo na boa campanha?
-Foi uma boa mudança, que acrescentou muitas coisas positivas ao nosso plantel a nível de treino. A forma como transmite a essência do futebol e nos motiva foi fundamental. Nesta fase das decisões disse para sermos nós próprios, para acreditarmos no nosso trabalho, em todas as ideias que são transmitidas ao grupo. Depois, dentro do campo, quando o árbitro apitar é desfrutar ao máximo, sempre com responsabilidade.
Tem alternado a titularidade com o banco. Está mais perto do onze?
-Não penso muito nisso, só penso em trabalhar todos os dias e cada vez melhor, para quando entrar dar tudo, seja a titular ou a suplente. Sou um avançado potente, forte no jogo aéreo, com um bom remate, gosto de jogar de costas para a baliza e sou agressivo nos duelos. Sou um jogador coletivo, não gosto de driblar muito.
Saiu do Leça para a Sanjoanense, está a gostar?
-Foi uma mudança muito positiva. Quando soube do interesse da Sanjoanense disse logo que sim, vim para cá com tudo para agarrar as minhas oportunidades e seguir o meu caminho. Já tenho cinco golos e uma assistência. Não tenho feito os jogos todos, mas faço um balanço positivo para o primeiro ano. Ainda sou jovem e não penso no futuro longínquo, mas se trabalhar bem serei recompensado mais tarde.
Colega de João Mário, Vitinha, Vieira e fã de Kane e Lewandowski
Nuno Barbosa, que além de ser futebolista teve uma curta experiência no boxe, iniciou a formação no FC Porto, onde foi colega de João Mário, Vitinha e Fábio Vieira, entre outros. Depois passou pelo Paços de Ferreira, mas foi no Rio Ave que conseguiu desenvolver melhor as suas capacidades.
"Estive sempre em bons clubes, com boas condições e com pessoas que me deram bases para me tornar mais forte, por isso não esqueço essas etapas", conta o avançado de 22 anos, agradecendo também aos pais "pelo apoio e dedicação", revelando ser "fã de Harry Kane e Lewandowski".
Nos vila-condenses, onde trabalhou com Costinha e Fábio Ronaldo, que brilham na equipa A, destaca a criação da Liga Revelação, uma montra que aproveitou, e no Leça o percurso fantástico que culminou nos "quartos" da Taça.