Declarações do médio do FC Porto em entrevista à Betano Mag, publicada na íntegra esta terça-feira
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Quando começou a jogar? "Recordo-me que vivia perto do meu tio, irmão do meu pai, e de começar a jogar com o meu primo que é três ou quatro anos mais velho do que eu."
Jogava com o pai? Era exigente? "Sim, bastante exigente. Tive a sorte de ter crescido num mundo muito relacionado com o futebol, devido ao meu pai. Na minha casa havia um pequeno campo de futebol, o meu pai levava-me a treinar e penso que isso me fez muito bem."
Como foi crescer sendo filho de Fran, uma lenda do Depor? "Desde pequeno ouvia muito isso de ser o filho de Fran, essa pressão extra. Mas isso impulsionou-me a demostrar mais, foi uma exigência extra de muita gente, quando eu era mais pequeno e ele jogava no Depor. O comentário fácil poderia ser “este tem ligações” ou “facilitam-lhe as coisas” quando, para mim, era exatamente o contrário."
Costumavas ver os jogos dele? "Tenho uma curiosidade sobre isso. Quando já vivíamos em Barcelona, na Barça TV, mostraram um jogo em que ele tinha estado, e ele não gostava, tinha vergonha que toda a família o visse. Vi alguns golos, jogadas, mas jogos inteiros, com exceção desse, não."
Fran partilhou o balneário com portugueses como Jorge Andrade, Pauleta e Nuno Espírito Santo... "O Jorge também jogou no FC Porto. Também me falou dos outros quando estava a treinar o Valência. Possivelmente, o que mais ouvi foi sobre o jogo de 2004 quando deu a “patada”, na brincadeira, ao Deco. Segundo ele, ajudou a que não passassem à final e que seguramente aqui no FC Porto pensam de forma diferente."
Como foi parar ao Barcelona? "A primeira vez que fui treinar ao Barcelona tinha nove anos, fui treinar uma semana, para fazer umas provas para que me conhecessem e vissem que nível tinha. Correu bem e no ano seguinte já queriam que fosse, mas era muito pequeno e esperei alguns anos até ir. No momento em que tive de escolher para onde ir, com 11, 12 anos, tinha várias opções, como o Real Madrid e outras, mas já conhecia o Barça, era do clube desde pequeno e foi fácil decidir."
Evolução até à equipa principal: "Quando cheguei era pequeno e não estava muito consciente de tudo, do que era o Barça e do que significa ser um jovem ali. Encarei de forma normal e não como uma pressão extra para trabalhar mais e mostrar-me. Com o passar do tempo, aos 19 anos, tive a oportunidade de ir para a primeira equipa e não pensei que era 'jogador', nem nos privilégios que temos porque podemos fazer o que mais gostamos e estar todos os dias a fazer o que a maioria das pessoas adoraria. Nunca encarei como algo garantido."
Que recorda da estreia na equipa principal? "Estava muito nervoso, foi no Camp Nou, contra a Real Sociedad. Recordo-me que roubei uma bola e não era falta e marcaram um golaço nesse livre, creio que foi o Oyarzabal. Mas acabámos por ganhar e tido acabou bem, foi um dia muito especial."
Comparações com Busquets e ídolos: "O meu ídolo de infância era o Iniesta, mas quando comecei a jogar na posição 6, no Barça, evidentemente que me fixava no Busquets. Aqui no FC Porto não jogo tanto como 6, por isso, seria mais parecido à posição de Iniesta. Procurei sempre observá-los e melhorar com jogadores de nível muito alto como eles."