Central do Sporting recuperou de lesão muscular e avança para o onze, como capitão, contra o Varzim, clube onde fez a formação e onde é amado.<br/>
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Luís Neto regressou ontem, terça-feira, aos treinos no relvado sem limitações recuperando de uma lesão muscular na coxa direita e ficando, assim, mais perto de participar num jogo especial, contra a equipa onde se formou e na qual já disse que gostaria de acabar a carreira.
Com Coates lesionado e Gonçalo Inácio utilizado de início ontem pelos sub-21 de Portugal, o central de 33 anos aponta à titularidade na defesa do Sporting diante do Varzim, em jogo a contar para a 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
Numa fase em que existe algum cuidado com as questões físicas na zona mais recuada, a recuperação do ex-Zenit ganha relevância, pelos motivos antes expostos. Sendo previsível que João Palhinha, que ontem voltou ao trabalho após atuar pela Seleção, não alinhe a titular, Neto poderá até envergar a braçadeira num momento especial contra o clube da terra que o viu nascer.
Foi nos iniciados da equipa poveira que arrancou para o futebol: fez toda a formação no Varzim, assinou como profissional aos 16 anos e cumpriu quatro épocas nos seniores. Estreou-se frente ao Benfica, em 2006/07, num jogo de boa memória, pois os poveiros arredaram os encarnados da Taça de Portugal. O central saltou depois para o Nacional da Madeira em 2011 e, no ano seguinte, rumou ao Siena, ficando menos de uma temporada em Itália pelo convite do Zenit.
Em São Petersburgo militou seis anos e meio (com meia época cedido ao Fenerbahçe). "O meu primeiro clube é o Varzim, desde sempre. Gosto mais do Varzim do que de qualquer outro", disse Neto em entrevista à "Tribuna Expresso" em 2018, cultivando ainda a meta de acabar a carreira no emblema da terra.
Sem jogar desde 26 de outubro (Famalicão, na Taça da Liga), Neto deverá avançar para o décimo jogo da época. A sua valia tática, dedicação, experiência e caráter são elogiados por Rúben Amorim e levam a que a SAD esteja a ultimar a renovação do contrato que está em vias de expirar, prolongando-o por mais uma temporada, com possibilidade de uma segunda.
Família no banco adversário
Neto habituou-se a jogar futebol com os primos, sendo parte importante no desenvolvimento de Francisco Ramos, jogador do Nacional e que foi um grande "projeto" da academia do FC Porto. Ídolo das gentes da Póvoa, até porque nunca escondeu os seus sentimentos pelo clube e a região, Neto terá um abraço fraterno preparado. É que frente ao Varzim, o seu tio, Vitoriano da Silva Ramos, está no banco momentaneamente rival, pois é treinador-adjunto dos poveiros. A história familiar não termina aí: isto porque o pequeno Luís, ainda miúdo, ia recolhendo as memórias dos seus tios Dias Graça e Quim Nunes, dois irmãos que militaram no Varzim na década de 80.