Nem City, nem Liverpool: é do FC Porto a dupla de centrais que lidera na Europa
Dragões sofreram apenas quatro golos quando Felipe e Militão fizeram dupla. Registo é ímpar entre os clubes das maiores ligas europeias e poderá ser melhorado na Taça.
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Está sediada no Dragão a sociedade de centrais mais segura entre as que disputam as principais ligas da Europa. Felipe e Éder Militão "conheceram-se" somente em setembro, quando o campeonato já levava quatro jornadas, por força da chegada tardia do ex-São Paulo a Portugal (7 de agosto), mas desde então têm formado uma parceria praticamente imbatível. O FC Porto só sofreu quatro golos nos 12 jogos em que Sérgio Conceição juntou os brasileiros, à média de 0,33 por encontro, e apenas três equipas encontraram solução para a ultrapassar neste período: o Benfica, na derrota sofrida pelos portistas no Estádio da Luz (1-0) para o campeonato; o Schalke 04, no empate (1-1) averbado na Alemanha para a Liga dos Campeões; e o Lokomotiv Moscovo, nos dois triunfos obtidos pelos azuis e brancos (3-1 e 4-1, respetivamente) para a Champions.
A sintonia entre Felipe e Éder Militão foi, de resto, quase instantânea. A dupla trouxe estabilidade a um sector que havia sofrido em três dos quatro jogos anteriores, pelo que, desde esse momento, Sérgio Conceição só voltou a dispensá-la para a Taça da Liga: com o Chaves só jogou Felipe e com o Varzim não alinhou nenhum deles. O sucesso, aliás, captou a atenção de Tite, selecionador brasileiro, que os convocou para os particulares com os Estados Unidos e El Salvador (jogaram juntos), em setembro - Militão voltou mais tarde para os embates com a Arábia Saudita e a Argentina.
Dos 12 jogos em que Felipe e Éder Militão foram utilizados juntos, o FC Porto não sofreu golos em oito
O Vila Real, que marcou o início do atual ciclo de sete vitórias dos portistas, estava longe de ser um adversário exigente, mas, mesmo assim, Conceição optou por utilizar Felipe e Militão na estreia do FC Porto nesta edição da Taça de Portugal. Por isso, sábado, com o Belenenses, um opositor de I Liga, o treinador portista deve recorrer novamente a esta sociedade, permitindo-lhe melhorar um registo que já impressiona.
Neste comparativo de O JOGO, no qual apenas foram incluídas duplas que tenham feito, pelo menos, oito jogos no somatório das provas, os portistas apresentam uma média de golos sofridos inferior à de clubes como Manchester City (Laporte-Stones), Liverpool (Van Dijk-Gómez) ou Atlético de Madrid (Godín-Giménez), que são, não só, candidatos a vencer os respetivos campeonatos como a Liga dos Campeões. Em Portugal, a do Braga (Bruno Viana e Pablo Santos) é a que mais se aproxima, seguida pela mais utilizada pelo Sporting (Coates-André Pinto). A parceira entre Rúben Dias e Jardel (Benfica) é, entre os grandes, a única cuja média é superior a um golo por encontro.