Discurso de Pedro Proença na cerimónia da tomada de posse dos novos órgãos sociais da Federação Portuguesa de Futebol, que agora é liderada pelo ex-presidente da Liga Portugal
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Comentário sobre as "pastas" da Arbitragem e da Disciplina: "Viemos como podem perceber para respeitar o que de bom se fez e faz. Mas não viemos para deixar tudo na mesma. Não vou fugir de nenhum tema: Arbitragem e Disciplina precisam de nós. Não nos conformemos com a ideia de que a primeira é incompetente, porque não o é, ou porque a segunda é tendenciosa. Não pode ser. Dar condições, profissionalizar tudo e todos e exigir a máxima responsabilidade. Explicar, explicar sem medo. Humanizar os árbitros e traduzir decisões disciplinares. Fazer da redução dos prazos de decisão um objetivo coletivo e da compreensão um ativo essencial. Tudo perante inegociável autonomia. Quem lidera a arbitragem e a disciplina da FPF é inequivocamente o seu responsável maior. A independência destes órgãos não é apenas letra de lei. É princípio inalienável da boa governação que desejamos. Os sócios da FPF sabem que vimos com muita energia e ambição. O que temos pela frente é ambicioso, mas exequível, num esforço que envolve todos os funcionários da FPF. Vocês são quem todos os dias nos faz existir. Quem veste a camisola com sentido de compromisso é quem fez e fará o sucesso de compromisso. Eu e a minha equipa vamos querer conhecer-vos melhor, trabalhar em conjunto e concretizar ambições nossas e vossas. A página virou, mas o livro não é outro. A força destes mais de 110 anos de Federação vem de cada uma e cada um de vós. Conto com todos. Não tenham a mais pequena reserva. Os parceiros comerciais da FPF são parte da nossa casa. Será assim na FPF, como foi na Liga Portugal. Agradeço a todos por estarem aqui e quero referir que a estabilidade é um ativo importante, como a nossa e vossa ambição."
Virar de página: "Caros sócios da FPF: o nosso programa não é para cumprir. É para superar. Virou-se a página, mudou o tempo, seguimos juntos. Não acredito em mulheres ou homens providenciais. Não acredito no uso indiscriminado do dinheiro. Não acredito na lei do ruído. Três fórmulas tantas vezes usadas no futebol e que invariavelmente nos conduzem a um lugar pequeno demais para o que merecemos. A nossa fórmula adapta-se de um provérbio que nem é nosso: não diga tudo o que sabe, não faça tudo o que pode, não acredite em tudo o que ouve e não gaste tudo o que tem. Quem faz tudo isso muitas vezes diz o que não convém, faz o que não deve, julga o que não vê e gasta o que não pode. Vamos juntos, unidos pelo futebol, unidos por Portugal."