"Não tenho nada contra o Hugo Miguel, o Capela... Gostava era de ter sempre os melhores a apitar"
Treinador do FC Porto respondeu a perguntas sobre o mercado e comentou também as arbitragens dos quartos-de-final da Taça de Portugal
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Mercado: "Laterais? O João Pedro há algum tempo que não treina. Há três semanas, desde que fez o último jogo e saiu magoado na equipa B, está há três semanas magoado. Não sei se repararam... Não posso usar um jogador condicionado. Quanto ao Militão à direita, são situações trabalhadas e jogadores que têm essa mais-valia, ao serem polivalentes. Podem fazer mais do que uma posição com qualidade. Em relação ao comentário das segundas linhas, não concordo. Há jogadores mais utilizados que outros, sim, mas não quer dizer... O Corona é segunda linha? O Pepe é segunda linha? Felipe? Alex Telles? O Fernando, que chegou agora, já fez dois jogos, o André Pereira... O onze que jogou, se analisarem, são jogadores que têm sido utilizados".
Arbitragens: "Em vez do mercado, é mais interessante falar noutras situações, que fazem com que o espetáculo não seja o melhor. Pensam que contra o Leixões a exibição não foi tão boa, mas temos que olhar para dentro do campo. Primeiro, o FC Porto fez uma primeira parte de bom nível, não espetacular porque jogamos num campo cheio de areia. Quem viu as dificuldades dos jogadores em controlar a bola de primeira? Depois, em seis ou sete minutos, havia 12, 15 faltas. Já é um exagero. Isso é que é importante. Não tenho nada contra o Hugo Miguel, Capela, ninguém. Gostava era sempre de ter os melhores a apitar. Um bom maestro faz a orquestra funcionar bem. A orquestra são os jogadores, o maestro é o árbitro. Se o maestro está sempre a interromper, a música não se ouve com qualidade. No Leixões foram 50 ou 60 faltas... Um exagero completo. Sinceramente, falando do VAR, levando para o que é importante falar, Portugal foi pioneiro em utilizar esta ferramenta bastante interessante, e depois destes quartos-de-final veio reforçar o que achava: é fundamental. Um penálti não assinalado, um golo limpo não assinalado e que nos podia ter custado um título, imaginando que perdíamos em penáltis ou o Leixões marcava mais um golo, numa competição onde fizemos mais um golo que não foi validado.
Depois da polémica da última jornada sobre o Hugo Miguel [no clássico], ir arbitrar o V. Guimarães-Benfica e o Capela, que esteve no Santa Clara-Benfica, ir apitar o FC Porto... Há que pensar. Não estou a dizer que não são bons, mas têm que ser mais protegidos. Apitam constantemente, sentem o mediatismo, é um jogo de risco elevado... Devia haver bom senso, na minha opinião. Devia-se pensar nas nomeações, avaliar os árbitros sobre a prestação no espetáculo. Sermos parados de 15 em 15 segundos por faltas inexistentes? A favor e contra, atenção. Temos que pensar nisto, é mais importante do que o mercado".