O V. Guimarães desloca-se ao terreno do Sporting, às 21h15 de sábado, e Pepa, treinador dos vitorianos, fez a antevisão ao encontro.
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Podemos esperar um grande espetáculo, à semelhança do jogo da Taça da Liga frente ao Benfica?
"Acredito que sim. O Sporting está muito bem, mas nós não queremos ir ver o que o jogo dá. Queremos divertir-nos em campo, ser iguais a nós próprios. Não temos de ter receio. Quem vai com medo, perde. Temos de correr riscos, sabendo que vamos encontrar um jogo um pouco à imagem do que se viu aqui, frente ao Benfica. Acredito que vai ser um grande espetáculo de futebol. Mais golo, menos golos - porque os golos também surgem de erros, que por sua vez surgem porque há intensidade, há vontade de ganhar - acredito que vai ser um grande espetáculo de futebol, com duas equipas de qualidade e a quererem ganhar o jogo, do primeiro ao último minuto."
Que predicados do Sporting merecem maior atenção? "Vir aqui falar do Sporting vale o que vale, porque normalmente é muito dissecado pela comunicação social. Há algo que tenho de enaltecer: eles estão há 31 jogos, salvo erro, desde janeiro do outro ano, quase dois anos sem perder em casa. Mais do que isso, o que vejo, a partir do momento em que o Rúben Amorim entrou, é uma equipa muito agressiva, muito unida, muito intensa. Isso nota-se na forma como disputam a bola, como festejam os golos. Às vezes, fala-se na sorte nos últimos minutos, mas isso também é uma questão de acreditar. E não foram campeões à toda, foi com muito mérito e, acima de tudo, com uma entreajuda, um espírito, uma alma muito intensa que não se via há muito tempo naquela equipa. Portanto, eles conseguiram tornar a qualidade individual num coletivo fortíssimo também preparado para as adversidades, o chamado saber sofrer, sempre muito agressiva, muito intensa. Sabemos que vamos encontrar um jogo muito difícil, uma equipa muito difícil, sabendo que, como foi aqui dito, há dois dias, naquilo que o Vitória tem feito nota-se que a qualquer momento faz golo. Tem muito volume ofensivo, consegue chegar lá com relativa facilidade. Agora, também temos de ser muito mais competente no processo defensivo. Isso é algo que temos de... não é só melhorar: temos de ser competentes, ponto final, e esperar, amanhã, um grande jogo de futebol, com duas equipas que querem ganhar. Nós queremos ganhar. Sabemos das dificuldades que vamos encontrar, mas também não temos dúvidas de que, se formos iguais a nós próprios, vamos criar dificuldades ao Sporting, e grandes. Queremos disputar o jogo pelo jogo."
Sobre Helder Sá: "Se fosse uma surpresa: o que é que se passa? Está aqui um miúdo... Agora, não há surpresa. E quem diz o Hélder, diz outros que estão prontos para surpreender muita gente. A mim, não. A nós, estrutura, equipa técnica, clube, não, porque estão aí, estão a ter minutos e a jogar muito bem na equipa B. É uma questão também das opções que temos.
Por exemplo, no meio-campo, podia estar a falar de um ou dois médios com muita qualidade que têm estado a ter minutos na equipa B. Como podia falar de laterais ou de um central que já jogou muito, no ano passado, e sabemos o que ele tem de melhorar para se poder afirmar. Portanto, há aqui muitas opções de qualidade dos miúdos, é uma questão de tempo, de não queimar etapas. Mas, quando vão lá para dentro, nós sentimos confiança total, tenha ele 18, 19, 20, um minuto ou mil minutos no primeiro escalão, porque estão a trabalhar connosco e sabemos a valia deles. E mais, já tinha dito, mas reforço: os miúdos estão muito bem educados, têm cultura do Vitória, intensidade, agressividade e para os treinadores que os apanham o trabalho fica facilitado. Já o tinha dito aqui, têm com uma formação de base muito boa. Vêm todos muito bem preparados."
Olhos nos olhos mais na segunda parte do que na primeira: "Depois de ver o jogo duas vezes, é mais fácil analisar o que foi feito. É mais visível a segunda parte, mas, vamos lá ver uma coisa: na primeira, aconteceu o que aconteceu, em termos de erros, porque nós quisemos ir para cima desde o primeiro minuto. Não fomos foi tão bem. Falhámos ali em questões táticas de pressão e pusemo-nos a jeito numa determinada zona do campo. Agora, nós fomos para cima desde o primeiro minuto.
A nossa equipa é ousada, quer disputar o jogo seja com quem for. Isso de jogar olhos nos olhos, nós não nos encolhemos com ninguém. Depois, há que ter a noção e a responsabilidade tática, porque o jogo tem 90 minutos e é impossível estar a pressionar o jogo todo no campo todo; temos é de ter esse equilíbrio emocional/tático para não entrar em desespero quando não estamos a conseguir roubar alto. Então, organizamo-nos bem para, como equipa, sermos compactos e, acima de tudo, equilibrados, rigorosos, porque isso é que faz a diferença."
Tempo de descanso: "Em termos teóricos, concordo, mas isso vale o que vale. Há opções no plantel. O terceiro jogo é, normalmente, aquele que tem mais impacto, em termos fisiológicos. Há situações que só amanhã vamos conseguir perceber. Agora, que vai ser um jogo com muita vertigem, muito intenso, com muito duelo. Um jogo que, por características normais, não porque eu ou o Rúben queiramos que o jogo parta, mas, pelas características também de jogadores de uma equipa e da outra com capacidade de levar a bola para a frente, de acelerar no um para um, é normal, nalguns momentos, o jogo partir. Quando isso acontece, entra numa dimensão física muito grande e é preciso estar a mil. E nós, amanhã, vamos estar a mil."