Declarações de Tiago Pinto, diretor geral do Benfica.
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Emprestados: "Temas que nada têm que ver com o vírus. Na restruturação do scouting um dos scouts acompanha exaustivamente os emprestados. Mensalmente o presidente, Rui Costa, Bruno Lage recebem documento sobre os emprestados. Temos contacto regular e quando algum regressar vai sentir que não saiu do Benfica. Nada a ver com o vírus. O Benfica está a tentar que o acompanhamento seja sistemático, podendo regressar um, dois, três ou nenhum. Quanto à formação, o que se vai manter é a aposta na formação. 25 no plantel principal, oito vêm da formação. Depois do vírus a política não vai mudar. Conhecemos profundamente o que está nos bês, sub-23, sub-19. Por isso é que a missão é olhar o planeamento desportivo e da formação vem a nossa principal fonte de talento. Na minha perspetiva o vírus não mudará muito da necessidade extrema de acompanhar os emprestados e tudo o que acontece na formação".
Preparação da próxima época: "Preparação das épocas vai-se fazendo todo o ano. Em janeiro contratámos Weigl e Dyego Sousa, não só para três ou quatro meses, fazem parte do plano desportivo, do plantel. Em conjunto com treinador, são identificadas lacunas e é feito em continuo. O mercado será totalmente diferente, mas esses pontos são sempre muito importantes para nós. Perceber que o jogador pode representar para mais-valia e aproveitar e potencializar os talentos da formação".
Possível voltar a ter vendas como João Félix, acima dos 100M ou compras do Benfica acima 20M como Weigl?: "No imediato, o mercado vai ser muito afetado, a economia vai ser muito afetada a nível mundial, o futebol é entretenimento e na cadeia alimentar é das últimas. Sabemos que vamos sentir na pele esse efeito. Vai haver efeito de retração nesses valores nas próximas janelas, mas não sou dos que dizem que nunca mais vamos ver transferências como a do João Félix, por 126 milhões. Quando o mundo voltar à normalidade muitos milhões de pessoas vão voltar aos estádios e a subscrever canais para se ver futebol. Podendo ser diferentes, não acredito que daqui a algum tempo não se volte a pagar esses valores. Neste momento tenho algumas dúvidas que aconteçam no imediato".
Vão fazer mais trocas? "Trocar jogadores é um modelo de negócio como os outros, menos explorado, mas como os outros. É normal nos últimos dias de mercado trocarem jogadores, inclusivamente até entre os grandes. Vejo muitas vezes pessoas recorrerem à NBA para dar exemplo das trocas. Comparar NBA com futebol é difícil porque são realidades distintas, e comparar o campeonato italiano connosco também é difícil, porque são realidades diferentes. Cada vez mais vai ser importante explorar até ao limite modalidades de negócio".