Bruno de Carvalho "nunca convenceu" Dias Ferreira, mas este apoiou-o até certo ponto, sem arrependimento, destacou em entrevista a O JOGO
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Arrepende-se de ter apoiado Bruno de Carvalho? Teme que lhe apontem o dedo?
-Dos candidatos em presença só um [Pedro Madeira Rodrigues] não o apoiou e até disputou eleições contra ele. Nenhum dos outros pode acusar-me disso. Apoiei, como muita gente, nunca fui particular admirador do seu estilo e disse-lhe várias vezes em privado e publicamente. Nunca pensei que as minhas divergências atingissem questões substanciais, mas atingiram. Não me arrependo, quando uma pessoa fez muita coisa boa, como o que fez nas modalidades e o pavilhão João Rocha. Apoiei no que era correto. Agora, sinto-me desanimado. Tenho obrigação de assumir com coragem e responsabilidade de mostrar como é que é, emendar o que está mal.
A partir de que momento retirou o seu apoio?
-Comecei a divergir substancialmente nas questões das assembleias gerais, em fevereiro. Apercebi-me que era um facto de divisão. Insurgi-me nessa altura, mas em privado. O último ato em que falei com Bruno de Carvalho foi no dia dos acontecimentos de Alcochete.
Como se sentiu ao ver Bruno de Carvalho a perseguir antigos presidentes como Godinho Lopes ou José Eduardo Bettencourt?
-Não gostei, afirmei-o publicamente! Tentei intervir! Disse a Bruno de Carvalho que enquanto tivesse pendente um processo contra José Eduardo Bettencourt nos termos em que está, nunca iria aceitar, nem disposto a colaborar com ele. Orgulho-me em ter participado no arquivamento desse processo, era uma das maiores injustiças que vi!
Bruno de Carvalho poderá ser um fantasma a pairar sobre o futuro presidente?
-Houve um ciclo que se fechou, outro que se vai abrir e espero ter um papel preponderante.
Deveria ir a eleições, tal como Carlos Vieira?
-Respeito a decisão da Comissão de Fiscalização.