Antigo vice-presidente e presidente da Mesa da Assembleia Geral puxa dos galões a O JOGO e reclama ter "mais experiência" que os concorrentes que, confessa, tentou agregar.
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Dias Ferreira, advogado de 71 anos com 46 de profissão, apresenta-se hoje como candidato à presidência do Sporting, e a O JOGO rejeita a acusação de que tem um discurso incoerente, mostrando o seu "currículo e não cadastro" ligado ao clube.
O resultado de 2011, em que conseguiu 16,5%, o terceiro mais votado, serviu de motivação para avançar?
-Nessa altura foi diferente, havia bipolarização. Mas o Sporting é a paixão da minha vida e por isso tomei a decisão de avançar. Entrei para levar a minha candidatura até ao fim, independentemente de todas as agregações.
Mas em 2011 falou-se na sua desistência, em 2009 acabou por integrar a lista de José Eduardo Bettencourt como presidente da Mesa da Assembleia Geral não se candidatando...
-Nunca tomei decisão de me candidatar em 2009, houve pessoas que queriam que avançasse, mas na altura achei que não devia ir. Eu e José Eduardo Bettencourt estávamos posicionados da mesma forma. Entendemo-nos. Tive a honra máxima de ser presidente da Mesa da Assembleia Geral. Sempre que disse que era candidato, não voltei para trás! Quero uma candidatura consistente e não fazer uma campanha de ruído com nomes. Tenho demorado, porque quero escolher os melhores! Apresento grande parte da equipa amanhã [hoje].
Conheceu vários presidentes, apoiou estilos e formas diferentes de liderança, de João Rocha a Bruno de Carvalho. Teme ser acusado de falta de coerência?
-Se ser do Sporting é ser incoerente, então sou incoerente! Quando o Sporting pediu a minha colaboração, colaborei. Quando tive de discordar, discordei. Fui crítico da venda do património, fui adversário e muito crítico de Filipe Soares Franco, por exemplo. Se olhar para trás, com o que fiz no Sporting, só tenho de perguntar: é cadastro ou currículo? Se para alguns for cadastro, para mim é currículo. O que posso fazer é desafiar quem me chamar incoerente a apresentar o seu currículo. O meu cadastro está livre e a única coisa que pode enriquecer o meu currículo é ser presidente.
José Maria Ricciardi agregou Zeferino Boal, sinal de fraqueza ou força?
-Também o quis agregar, procurei fazê-lo.
Quem tentou?
-Falei com toda a gente.
Sentiu recetividade?
-Não senti grande recetividade.
Que opinião tem de cada um dos candidatos?
-Não me peça uma resposta direta! Sou advogado e nunca fui juiz porque sou parcial...
Frederico Varandas, João Benedito...?
-Acho que não têm experiência para dirigir o Sporting.
José Maria Ricciardi?
-Tem experiência num ramo que não é este...
Pedro Madeira Rodrigues?
-A mesma coisa! O currículo mostra bem as coisas.
Um presidente eleito com 25% dos votos num cenário de seis candidatos será um presidente enfraquecido?
-Vou lutar para ter a maioria, não porque acho necessário. Depois das eleições e de me terem como presidente, sabem que luto contra tudo e todos.
Seis candidatos (sete, com o anúncio esta sexta-feira de Rui Jorge Rego) são sinónimo de divisão ou vitalidade?
-Sinónimo de que os consensos no Sporting nunca são fáceis.
Ouvimos a palavra experiência na boca de muitos candidatos, como José Maria Ricciardi na área da banca ou Pedro Madeira Rodrigues na gestão, entre outros. Afinal de que experiência o Sporting precisa neste momento?
-Entre os candidatos, sou o que conheço melhor o clube nos seus vários aspetos. Só não tenho experiência do campo, nunca fui atleta. Mas experiência para dirigir um clube adquire-se dentro do clube e aí fui vice-presidente com João Rocha e presidente da Mesa da AG. Tenho experiência de dirigente desportivo desde 13 de agosto de 1980, a primeira vez que entrei como dirigente do Sporting.