Paulo Alves gostou das movimentações de Fotis Ioannidis e da forma como este surgiu na área a marcar. Reforço apontou o primeiro golo de leão ao peito diante do Moreirense e mereceu rasgados elogios: "Trata-se de um típico avançado de área, corpulento e bom a segurar a bola". Treinador recordou Gyokeres
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O namoro antigo resultou em casamento esta temporada e Ioannidis começa a soltar-se no Sporting. Na última segunda-feira, diante do Moreirense, apontou o primeiro golo de leão ao peito. Pouco depois de ter substituído Luis Suárez, o internacional grego deu a melhor sequência a uma assistência de Alisson e cravou o terceiro na baliza do adversário. Ioannidis ameaça a liderança de Suárez, mas o colombiano também não abranda... e já soma quatro golos, menos um do que Pedro Gonçalves e Francisco Trincão.
Paulo Alves, treinador e antigo ponta-de-lança do Sporting, analisou em declarações a O JOGO o comportamento de Ioannidis até ao momento, com especial incidência para o último jogo em que fez o gosto ao pé. "A estrutura do Sporting tem perfeita noção do valor deste jogador porque já era um namoro antigo. Trata-se de um típico avançado de área, corpulento e bom a segurar a bola", começou por destacar, lembrando que o lance que fechou a contabilidade do jogo contra o emblema minhoto demonstra o seu apetite pela baliza. "Percebe-se que tem cheiro de golo. Sabia exatamente onde se devia posicionar para aproveitar o cruzamento. Parece uma excelente alternativa ao Luis Suárez", sublinhou.
Paulo Alves foi jogador do Sporting de 1995 a 1998, com um intervalo de uma época em que atuou em Inglaterra, no West Ham, tendo apontado 30 golos pelos leões em 87 partidas. À espera de um novo projeto para dar continuidade à sua carreira de treinador, é da opinião que ambos já deram bons sinais, embora o internacional grego tenha menos tempo de jogo.
"O Luis Suárez é tecnicamente muito evoluído, tem um bom jogo de apoios, associativo, e revela uma enorme capacidade goleadora. O Ioannidis parece ser fisicamente mais forte nos duelos e ainda é cedo para avaliar o jogo aéreo", comentou, numa tentativa de estabelecer diferenças entre os dois avançados do Sporting.
Paulo Alves reconhece que "nenhum dos jogadores tem a capacidade goleadora de Gyokeres", mas podem "complementar-se". Mas os dois juntos no ataque seria uma boa solução em determinados jogos? O técnico analisa e admite que talvez não nos tempos mais próximos. "Numa fase inicial não me parece porque alteraria a matriz tática da equipa, a sua estrutura. Talvez na fase final de um jogo, em que a equipa necessite de fazer um jogo mais direto e ter presença na área. Suárez, como se viu contra o Casa Pia, já deu sinais de que poderá baixar e ligar o jogo. Podem coabitar os dois numa fase final de um jogo. Para já, parece-me cedo".
Nas últimas duas temporadas, Gyokeres foi a referência no ataque leonino e tinha um peso determinante em grande parte dos jogos, resolvendo praticamente "sozinho" os mesmos. Paulo Alves não concorda: "Não acho que o Sporting fosse menos democrático por ter o Gyokeres. Tinha era um jogador com determinadas características que se destacava pela sua veia goleadora. Sem este jogador, tem de integrar todos os outros de forma simples e objetiva".
A finalizar, o treinador que orientou o Mafra na última temporada destaca a forma como os responsáveis leoninos têm gerido os seus reforços. "Os jogadores que entraram trouxeram novas coisas à equipa e estão bem integrados. É assim que as grandes equipas se constroem. O Sporting tem feito isso bem e os treinadores têm de se ajustar", observou.