Marcou ao 22.º remate da temporada, quando em épocas anteriores marcava a cada 11 disparos. Sérgio Conceição está satisfeito com este "novo" Nakajima e acredita que o criativo ainda pode render mais
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Shoya Nakajima respirou fundo com o primeiro golo de azul e branco, 17 jogos após a estreia e na sequência de uma subida de forma assinalável e que até catapultou a equipa para um futebol mais virtuoso.
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Para o japonês, o mau período já lá vai. Sérgio Conceição chegou a repreendê-lo publicamente no final do jogo em Portimão, mas entretanto muito mudou.
A chegada da mulher e da filha a Portugal trouxe a tranquilidade que o jogador necessitava para se focar, em exclusivo, no trabalho diário. A mulher do criativo teve um parto complicado no final de agosto e passou, depois, por um período instável durante algum tempo. Sem a poder acompanhar de perto, Naka nunca teve a tranquilidade total para jogar. Há pouco mais de um mês, porém, os problemas resolveram-se todos. A mulher e a bebé do jogador mudaram-se para o Porto e este ganhou nova vida também no trabalho diário. Foi daí que resultou a titularidade e a subida de forma. E Naka promete agora mais.
O japonês estabilizou com a chegada da mulher e da filha. O primeiro golo dobrou a confiança, mas o jogador não quer ficar por aqui e aponta a melhorar, essencialmente, o remate
O jogador está decidido em fixar-se definitivamente no onze e a desatar a marcar ao ritmo com que o fez em todas as equipas anteriores, especialmente no Portimonense. A próxima meta é melhorar no remate de meia distância, algo que é sua especialidade mas que, ao serviço do FC Porto, ainda não rendeu pontos. A aposta é melhorar a meia distância e o enquadramento com a baliza.
Em épocas anteriores, Shoya conseguiu médias de 40% de eficácia no remate na relação entre o número de tentativas e aqueles que saíram na direção da baliza. No FC Porto está pouco acima dos 25%. Mais: em matéria de concretização, Nakajima marcou um golo a cada 11 remates em épocas anteriores. Nesta precisou de 22 até poder celebrar pela primeira vez.
Posição: o japonês começou a época na esquerda, mas agora tem jogado como 10
Desde 2016 que marca, pelo menos, seis golos por temporada. E, no Portimonense, fez 10 em 2017/18. No FC Porto também tem tentado. Com três disparos a cada 90 minutos, é o terceiro (a seguir a Zé Luís e Fábio Silva) que mais tenta, mas não tem sido eficaz, especialmente de longe, como dissemos. São já três bolas ao ferro e o treinador incentiva-o para que continue a tentar.
Sérgio Conceição está muito satisfeito - e vincou-o publicamente - com este "novo" Nakajima, com o empenho do jogador e a assimilação de conceitos inerentes à forma como o FC Porto joga e pressiona o adversário. O facto de já perceber melhor português não é alheio a isso. O nipónico ainda não fala fluentemente, mas conhece algumas palavras, sabe utilizá-las e isso facilita bastante o processo de treino e jogo.
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Paralelamente às noções táticas, essencialmente como médio-ofensivo, mas também como extremo, o nipónico não se tem poupado a esforços, quer nos treinos, quer nos jogos e isso foi bem evidente numa série de lances contra o Santa Clara.
Ainda assim não perdeu o virtuosismo técnico e na quinta-feira, frente ao Santa Clara, até teve um lance praticamente impossível num terreno tão encharcado. Foi a qualidade técnica que vários seguidores japoneses destacaram, ainda que as mensagens que se podem ver nas redes sociais estejam escritas em japonês e, muitas delas, com uma tradução impossível.