Os sócios do Nacional aprovaram na segunda-feira em Assembleia Geral (AG) extraordinária a possibilidade de alienação do capital social da Sociedade Anónima Desportiva até ao limite legal, proposta pela direção do clube madeirense apesar dos protestos.
Corpo do artigo
A venda de até 90% da SAD do Nacional foi na segunda-feira aprovada numa polémica Assembleia Geral. A contagem de votos, feitos de braço no ar, originou críticas: registaram-se 31 votos contra, uma abstenção e 30 votos a favor, mas quem fez a contagem esqueceu-se de contabilizar o presidente da AG e o seu colega de mesa. Assim, a proposta de vencer a sociedade passou com 32 votos a favor.
Rui Alves, presidente do clube, viu aprovada a sua intenção, explicando que desta forma pode negociar com um investidor de acordo com vários pressupostos.
"As assembleias gerais são marcadas por uma parte efetiva muito grande, a parte emocional. A racionalidade das grandes questões, é difícil. Se eu pensar unicamente como sócio do Nacional, não tenho responsabilidade, mas enquanto responsável, é pensar na sustentabilidade futura do clube. Neste momento as condições são difíceis", disse o presidente dos alvinegros, Rui Alves, no fim da reunião magna, que teve lugar no Estádio da Madeira.
O único ponto presente na ordem de trabalhos da AG, "atribuir poderes à direção de alienar o capital social detido direta e indiretamente pelo clube no Clube Desportivo Nacional, Futebol SAD até ao limite permitido por lei", foi aprovado com 32 votos a favor, tendo registando ainda 31 contra e uma abstenção.
No final, muitos os sócios que mostraram o seu desagrado na recontagem dos votos.
"Quem contou os votos não contou com a Mesa da AG, que também são sócios e têm direito a voto e, portanto, tinha excluído os membros da mesa e ao adicionar foi reparado [o erro]", explicou o dirigente ao leme do clube madeirense há 29 anos, quando confrontado pela comunicação social sobre o sucedido
Questionado sobre a existência de possíveis investidores para a SAD, o presidente nacionalista admitiu que "já houve abordagens, mas que nunca passaram para a fase seguinte, exatamente, pela inexistência de poderes para", lembrando que "dá muito trabalho e custa muito dinheiro avaliar uma empresa".
"Isto é só para proteger a instituição de uma hipótese de solução que tenha de aparecer. Não existe absolutamente nada. A instituição a partir deste momento está em condições de ouvir e tomar decisões sobre isso", frisou Rui Alves, enfatizando que, "infelizmente, alguns sócios continuam a brincar com o valor máximo que é a instituição, porque não têm responsabilidade nenhuma".
Rui Alves admitiu sentir a sua liderança contestada "há muito tempo", deixando transparecer que poderia abandonar o cargo se esta votação lhe fosse desfavorável.
"A instituição é que ganhou, porque o que se ia passar a seguir, se a votação fosse ao contrário, esses senhores é que iam tomar conta disto", concluiu.