Bas Dost testemunhou esta quarta-feira na 30.ª sessão do julgamento do ataque à Academia.
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O avançado holandês Bas Dost, que foi ouvido esta quarta-feira via Skype na sequência do julgamento do ataque à Academia do Sporting, recordou o medo e receio logo após a invasão ao centro de treinos.
"Não deixava os meus miúdos saírem sozinhos. Pedi ajuda. Tive segurança adicional em casa durante semanas até a minha mulher ir embora. Eu nem queria ir ao supermercado sozinho", afirmou.
O holandês garantiu ainda que nenhum dos indivíduos encapuzados o ajudou após ser agredido.
"Os que entraram depois viram-me a sangrar e não me ajudaram. Fui pontapeado de lado, no tronco e nas pernas", recordou. "Não é agradável falar disto agora. Não tenho tanto medo como no primeiro mês, não posso dizer que agora tenha medo. Falei com especialistas em trauma. Terapia? Tive um terapeuta/psicólogo logo em Lisboa e foi bom sair do país", continuou.
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"Não sabia o meu futuro quando fui de férias. A minha mulher estava grávida e queria dar à luz em Lisboa. Era o primeiro filho e já tínhamos bons contactos lá para isso. Ela foi três semanas para a Áustria e fui com o meu agente. Voltei a ter um terapeuta lá porque não sabia bem como seguir em frente", reconheceu, recordando também a desilusão após o desaire na Madeira, que ditou o adeus à Liga dos Campeões.
"Ia assumir a minha responsabilidade e falar como um dos líderes da equipa. Tínhamos perdido com o Marítimo e, com isso, falhámos o objetivo da época, que era entrar na Champions. Pensei que estavam chateados e íamos falar sobre o assunto", referiu.