Bas Dost diz que apagou "uns cinco segundos" e recorda: "Por favor, não me deixes aqui"
Bas Dost, antigo avançado do Sporting, testemunha esta quarta-feira na 30.ª sessão do julgamento do ataque à Academia.
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O julgamento do ataque à Academia do Sporting prossegue esta tarde com o depoimento de Bas Dost, antigo avançado dos leões que foi atingido na cabeça durante a invasão.
"A porta abriu e um homem de porte grande com máscara entrou. Fizeram sinal para cima e pensei que estava tudo bem, que queriam falar.. Entraram mais. Começaram a bater à porta do balneário e eu estava no corredor sozinho com eles. Nesse momento estava com medo", começou por contar o holandês.
"Um deu-me na cabeça com um punho. Não vi o que tinha na mão. Deu-me com um objeto na cabeça. Caí imediatamente e o mesmo começou a dar-me pontapés. Esse tipo disse a outro para me dar também pontapés. Estava no chão com dois a dar-me pontapés. Acho que apaguei uns cinco segundos", continuou, para depois explicar como terminou essa situação:
"Só me lembro do (João) Rollin (secretário técnico adjunto) me ir ajudar e graças a Deus socorreu-me e começou a dar pontapés a quem começou a agredir-me. Levantou-me e e levou-me dali", afirmou. "Tinha muito sangue. Levou-me para outro sítio e disse que tinha de voltar, que os outros jogadores precisavam dele. Eu disse: 'por favor não me deixes aqui'. Então levou-me para outra sala, onde estava o enfermeiro Carlos Mota e outro médico e trataram da minha cabeça", explicou.
"Foi muito rápido. Os meus colegas entraram depois na sala, uns dois ou cinco minutos depois. Perguntei se já tinham ido embora e disseram que sim", concluiu.
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