1.ª conferência do jornal O JOGO com o foco na formação.
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Cerca de 300 pessoas estão a assistir, no Fórum Cultural de Ermesinde, à 1.ª conferência do jornal O JOGO, intitulada "futebol de formação: presente e futuro".
Após a saudação de boas-vindas dada por Vítor Santos e Jorge Maia, diretor e diretor-adjunto de O JOGO, que apresentaram o grande objetivo da conferência que assinala o 38.º aniversário do nosso jornal, foi realizado o primeiro painel, subordinado ao tema "o desafio: formar atletas, mulheres e homens".
Jorge Silvério, psicólogo do desporto das seleções nacionais de futsal, um dos palestrantes do painel de abertura, defendeu que "é muito importante o desporto funcionar como uma escola de valores", lembrando, por exemplo, que "apenas um a três por cento é que consegue ser atleta profissional em todo o mundo". "Muitas vezes, os jovens veem futuro no desporto e nem é por pressão dos treinadores ou dos pais, e deixam de lado os estudos", revelou. "Estão concentrados muitas vezes no glamour, no dinheiro que podem ganhar e colocam as fichas todas nesse lado", sublinhou.
José Guilherme, diretor-técnico nacional adjunto da FPF, considerou que "a parte escolar é, naturalmente, muito importante" e, por isso, a Federação "tem condições excelentes" e está "muito preocupada com o processo dos jogadores não ser apenas uma carreira desportiva". "Temos condições em todas as diferentes modalidades, de modo a que todos os jogadores tenham acompanhamento académico permanente", contou José Guilherme, enaltecendo também o sucesso a nível desportivo: "Só três seleções conseguiram o apuramento para a fase final dos Europeus de sub-17, sub-19 e sub-21: Portugal, Espanha e Itália. Estamos no primeiro lugar no ranking europeu da formação."
"Atletas dispensados por comportamento incorreto na escola e na sociedade"
Também Filipe Ribeiro, coordenador da formação do FC Porto, anunciou a preocupação do clube em querer que os atletas "tenham condições de desenvolver a prática do futebol e ao mesmo tempo seguir a sua vida académica". "Pretendemos que os miúdos consigam conciliar a atividade desportiva com a atividade académica e há três pilares que têm de estar na cabeça dos atletas: a parte desportiva, escolar e social", defendeu, congratulando-se com o facto de o FC Porto ter "um conjunto alargado de jogadores, até na Seleção Nacional, que são alunos de excelência".
O Braga tem feito, igualmente, "um grande acompanhamento da carreira académica" dos seus atletas. "Procuramos que os miúdos possam treinar mais tempo em melhores horários. Queremos que o nosso atleta-tipo seja um bom homem, um bom cidadão. Devido a comportamentos incorretos na escola e na sociedade, posso dizer que o Sporting de Braga já dispensou um atleta internacional, titularíssimo no seu escalão, e proibiu atletas de jogar no fim de semana. Não abdicámos de determinados e valores", adiantou.
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