Procurador Rosário Teixeira não pediu prisão preventiva para os detidos da operação "Cartão Vermelho".
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O procurador Rosário Teixeira não pediu prisão preventiva, nem domiciliária, para nenhum dos quatro detidos na investigação "Cartão Vermelho" (Luís Filipe Vieira, José António Santos, Tiago Vieira e Bruno Macedo), avançou a Sport TV na tarde deste sábado.
O presidente auto-suspenso do Benfica deverá sair em liberdade, mas obrigado a pagar uma caução de três milhões de euros - que pode ser paga em 20 dias, podendo ser em dinheiro, imóvel ou garantia bancária - e com entrega de passaporte. É segunda maior caução da história da justiça portuguesa, a seguir à que foi aplicada na semana passada a Joe Berardo. A CMTV adianta que Luís Filipe Vieira, segundo o pedido do procurador Rosário Teixeira, deverá ficar em prisão domiciliária até ao pagamento da caução.
Segundo avança a mesma estação de televisão, o procurador Rosário Teixeira pede também caução para os restantes arguidos. Assim, além dos três milhões de euros pedidos para Vieira, o MP pede dois milhões para o empresário conhecido por Rei dos Frangos (José António dos Santos), 600 mil euros para Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira; e ainda 300 mil euros para o agente desportivo Bruno Macedo.
Caso o juiz de instrução criminal, Carlos Aexandre, respeite a promoção do Ministério Público, Luís Filipe Vieira terá 20 dias para prestar a caução de três milhões de euros, que, segundo a TSF, foi a principal medida de caução pedida pelo procurador Rosário Teixeira.
Luís Filipe Vieira, de 72 anos, foi a última das quatro pessoas detidas no âmbito da investigação "Cartão Vermelho" a ser ouvida pelo juiz Carlos Alexandre, antes da aplicação das medidas de coação.
Na sexta-feira, o empresário José António dos Santos foi o primeiro a prestar declarações, durante a manhã, seguindo-se, da parte da tarde, os interrogatórios de Bruno Macedo e de Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira.
Também na sexta-feira, Luís Filipe Vieira comunicou a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica - nas quais foi substituído por Rui Costa -, por intermédio do seu advogado, à porta do TCIC.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), os quatro detidos são suspeitos de estarem envolvidos em "negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades".
Em causa estão "factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente" e suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento".
Para esta investigação foram cumpridos cerca de 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.