Mourinho reclama respeito ao Benfica: "Há dualidade gritante de critérios a todos os níveis..."

José Mourinho
Mário Vasa
Declarações de José Mourinho após o Benfica-Casa Pia (2-2), jogo da 11.ª jornada da I Liga
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Rui Costa ganhou as eleições do Benfica e queria começar este novo mandato com uma vitória. E tinha prometido o que aconteceria caso Rui Costa não as vencesse, pode revelar? "Caso o presidente Rui Costa não tivesse ganho, a minha intenção era continuar no Benfica. Seria duro para mim, no sentido de perder o trabalho diário com três pessoas com quem gosto de trabalhar, o presidente Rui Costa e os diretores Simão [Sabrosa] e Mário Branco, mas em função do respeito com que fui sempre tratado por qualquer um dos restantes candidatos à presidência, e não só de Noronha Lopes, a minha intenção seria continuar, com todo o respeito pelo Benfica e pelas pessoas. Teria de perceber as dinâmicas e se haveria empatia funcional, mas a minha intenção seria continuar. Podia ser agora simpático e dizer que no Benfica só com Rui Costa, Mário Branco e Simão Sabrosa, mas sou honesto, teria continuado. De resto, não há palavras, só dizer que o Benfica merece mais respeito da parte de todos. Quando digo de todos, também é dos meus jogadores, não de mim próprio, porque tenho um respeito interminável, mas pode acontecer que nem todos os jogadores saibam ainda o que é o Benfica. E mais respeito por muita gente que sinto que neste momento não respeita o Benfica. Há uma dualidade gritante de critérios a todos os níveis, seja mediático, arbitral e eventualmente institucional. O Benfica é grande demais e merece outro tipo de respeito, mas do que depende de mim, é o contacto com jogadores e o trabalho diário, aí é que tenho de atuar, porque há gente que tem de perceber que o Benfica é de exigência máxima e, podemos não ser o melhor treinador ou o melhor jogador do mundo, mas temos de ter essa exigência e responsabilidade máxima. Ao longo destas semanas assisti a diversas situações que me magoam profundamente e que me fazem pensar coisas que não gostaria de pensar, mas há coisas que estão a ser levadas ao limite. Ontem, por exemplo, fizeram-me chegar um pequeno extrato de um comentário, não sei como hei de chamar, 'haters' de nova geração, de alguém que insultou profundamente 60 e tal mil benfiquistas. A coisa cheira mal quando se permite isto a nível profissional, é demais."

