Mourinho invicto nos jogos entre grandes na I Liga, mas há um jejum para quebrar
Atual treinador do Benfica vai tentar vencer pela primeira vez no Dragão como adversário do FC Porto
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O treinador José Mourinho está invicto nos 10 jogos entre grandes que disputou para a I Liga, com oito vitórias e dois empates, mas, como visitante, nunca triunfou no reduto do FC Porto, em qualquer competição.
No campeonato luso, o atual técnico dos encarnados venceu em casa o Sporting por 3-0 na primeira passagem pela Luz, a antiga, em 2000/01, e, pelos dragões, adicionou mais sete vitórias, cedendo apenas duas igualdades, uma na Luz e outra em Alvalade, nos dois últimos confrontos, em 2003/04.
O excelente registo nos jogos grandes contrasta com a ausência de vitórias nas quatro visitas ao Dragão, como visitado, a primeira pela União de Leiria, em 2000/01, e as outras pelo Chelsea, todas na Liga dos Campeões, em 2004/05, 2006/07 e 2015/16. Nestes quatro encontros, Mourinho sofreu três derrotas por 2-1 e só se escapou do desaire em 2006/07, ao conseguir um empate a um golo, na primeira mão dos oitavos de final da Champions.
O técnico luso, de 62 anos, vai cumprir no domingo o seu 11.º encontro entre grandes na I Liga e o sexto clássico entre FC Porto e Benfica, mas o primeiro ao comando dos encarnados, que visitam no domingo o Dragão, em embate da oitava jornada da edição 2025/26 da competição.
Em matéria de campeonato, Mourinho estreou-se num jogo grande ao 11.º encontro da carreira, que acabou por ser o último da primeira passagem pelo Benfica, em 2000/01. Na Luz, em 3 de dezembro de 2000, em embate da 13.ª jornada, os encarnados superaram o campeão em título Sporting - que despediria Augusto Inácio após o jogo -, por 3-0, com um penálti de Van Hooijdonk e um bis do suplente João Tomás. O primeiro jogo entre grandes para o então jovem de 37 anos não podia ter corrido melhor e o segundo também acabou em triunfo, sendo que, entretanto, muito mudara: Mourinho começou 2001/02 na União de Leiria e, após 19 jornadas, rumou ao FC Porto. Nessa época, só teve "direito" a um jogo entre grandes, no que foi o seu primeiro FC Porto-Benfica, então um embate entre o terceiro classificado e o quarto.
Em 10 de fevereiro de 2002, para a 22.ª ronda, os encarnados ainda lideraram, com um golo de Simão Sabrosa (18 minutos), mas Deco (42'), Alenitchev (49') e Capucho (54') viraram o jogo, com Mantorras a reduzir (55').
Na época seguinte, o FC Porto dominou o campeonato e venceu os dois jogos com o Benfica, o primeiro nas Antas, por 2-1, com um autogolo de Éder (20 minutos) e um tento de Deco (73') a virarem o golo madrugador de Tiago (4'). Os dragões venceram, mesmo jogando com 10 unidades a partir dos 39 minutos, por expulsão de Jorge Costa, sendo que os "encarnados" acabariam com nove, depois dos vermelhos, também por acumulação, a Éder (72') e Miguel (75').
Na Luz, decidiu mais um golo de Deco (37 minutos), jogador que o Benfica contratou em primeira instância e não aproveitou, com os danos que se conhecem. Foi, então, a primeira derrota dos "encarnados" sob o comando de José Antonio Camacho.
Em 2003/04, Mourinho voltou a vencer o Benfica em casa, agora por 2-0, com um golo de Derlei e um autogolo de Argel, no que foram dois brindes da defesa do Benfica e naquele que foi o último clássico nas Antas, antes da passagem para o Dragão.
Depois de quatro derrotas seguidas, o Benfica conseguiu não perder o jogo da segunda volta, na Luz. Costinha adiantou os portistas, aos 30 minutos, e Simão empatou, aos 50', com os azuis e brancos a manterem os encarnados a nove pontos.
Se não perdeu com os encarnados no campeonato, Mourinho também acabou invicto os clássicos ao comando do FC Porto face ao Sporting, com triunfos em casa por 2-0 e 4-1 e, em Alvalade, uma vitória por 1-0 e um empate a um golo.
Depois de 10 clássicos sem perder, o técnico luso acabou por perder na despedida, em 2003/04, ao ser derrotado pelo Benfica na final da Taça de Portugal, em 16 de maio de 2004, dias antes de vencer o Mónaco (3-0) na final da Champions. No Jamor, Mourinho perdeu por 2-1, após prolongamento, num embate em que o Benfica, em nome de Fehér, que morreu em campo nessa época, acabou com uma seca de oito anos sem vencer qualquer competição.
Derlei ainda adiantou os dragões, nos descontos da primeira parte, mas o grego Fyssas empatou, aos 59 minutos, e, depois de nova expulsão de Jorge Costa, aos 70', o capitão Simão Sabrosa deu a vitória ao Benfica, já aos 104'.