
José Mourinho
AFP
Declarações de José Mourinho depois do Benfica-Famalicão da 15.ª jornada da I Liga. Águias venceram por 1-0
Concorda que este resultado espelha o jogo de duas equipas que queriam ganhar? "Duas equipas a quererem ganhar tenho dúvidas, porque uma que só faz um remate em 96 minutos, tenho dúvidas de que queria ganhar. Jogo fechado, em que não conseguimos jogar com a intensidade que temos tido. Estávamos muito habituados a crescer com o Barreiro junto do atacante e ele naquela posição dá-nos um início de pressão muito forte. Sofremos um bocado nisso e demos-lhes um jogo na primeira fase de construção relativamente fácil para eles terem bola, mas fomos fortes no bloco, e o adversário faz um remate em 96 minutos. Não é uma vitória bonita, mas é normal, justa, parecida a alguns jogos que tivemos cá e perdemos pontos. A equipa, mesmo na dificuldade do resultado aberto, soube estar, ser compacta, controlar e ganhar."
Quando será possível que Benfica seja tão entusiasmante a atacar como a defender? "Ganhámos aqui ao campeão italiano [Nápoles] 2-0, obviamente que não foi dado o realce da maneira que ganhámos. Fizemos um jogo em Moreira [de Cónegos] em que não é fácil ganhar; só o FC Porto ganhou lá nos últimos instantes. Obviamente, não foi dado realce e foi por erros do Moreirense. Já tivemos outros jogos em crescendo e hoje defrontámos um adversário difícil, que não perdeu jogos fora até hoje, que só não marcou golos fora de casa hoje e não é que tenhamos no plantel aqueles jogadores capazes de, por si sós, levantarem estádios. Aqui não há Mbappés nem Vinícius, nem Yamals. Fazemos equipa, somos equipa, crescemos como equipa e quando não é possível fazer um jogo brilhante, como hoje, é possível ganhar".
Papel de Aursnes atrás do avançado, mais próximo da bola e de combinar: "O Barreiro salta mais alto, mais agressivo, o Fredrik [Aursnes] é mais posicional, até porque a sua posição de origem, só não joga a guarda-redes, é de médio mais posicional, 6 ou 8. Tem menos intensidade nessas distâncias na pressão, mas quando o bloco se compacta, dá-nos essa segurança e hoje somos uma equipa que é difícil para os adversários partirem-nos, somos uma equipa coesa e viu-se que o Famalicão tem excelentes jogadores do meio para a frente, com muita qualidade técnica e velocidade e intensidade, mas não nos quebraram, não fizeram um remate à baliza, não criaram perigo e era importante mantermos aquela solidez ali".
Disse que a grande valência do Benfica era o cômputo geral e não o individualismo, mas Prestianni foi eleito o melhor em campo: "É um jogador talentoso, que tem drible, bom no um contra um, joga melhor na esquerda do que na direita, porque vai à procura de zonas interiores, onde se sente mais confortável, mas fez um bom trabalho. Tem ainda dificuldades em ser intenso, concentrado durante 90 minutos e às vezes as pessoas esquecem-se de que ele é da mesma idade dos miúdos que vêm da B e que vamos dando oportunidades, mas está a crescer e vai continuar a ter oportunidades para crescer com minutos em campo".

