Antigo presidente do Sporting poderia ter Moçambique como destino. Tal como Mustafá, chefe da Juventude Leonina, foi ontem interrogado, mas requerimento atrasou inquirições
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Bruno de Carvalho e Mustafá, arguidos indiciados pelo Ministério Público da prática de 56 crimes ao abrigo da investigação do caso da invasão à Academia Sporting, a 15 de maio passado, só hoje, pelas 10h00, conhecem as medidas de coação decretadas pelo juiz do Tribunal do Barreiro, onde na quarta-feira foram interrogados. No caso do antigo presidente do Sporting, a detenção do mesmo domingo passado, o mesmo dia em que o líder da claque Juventude Leonina foi também detido, sabe O JOGO que o iminente perigo de fuga era considerado real e facto essencial para a diligência referida, além de o processo de investigação se encontrar perto do final legalmente consagrado na lei, outra das motivações para a detenção e inquirição, levada a efeito na quarta-feira.
Justiça deteve Bruno de Carvalho também para evitar que este deixasse o país
Apesar das manifestações em sentido contrário do ex-presidente do Sporting, a justiça vigiava Bruno de Carvalho de perto neste particular, dadas as suspeitas de que o antigo dirigente do Sporting, que tem dupla nacionalidade e meios financeiros, estaria a preparar a fuga com destino a Moçambique, de onde é natural. Tais suspeitas adensaram-se a partir do momento em que Bruno de Carvalho se deparou com a impossibilidade de ser assistente no processo, que já se estava na posse do juiz competente.
Na quarta-feira, Bruno de Carvalho e Mustafá chegaram ao Tribunal do Barreiro às 9h17 e José Preto, advogado do antigo presidente do clube de Alvalade, apresentou um requerimento para ser lida toda a acusação, procedimento que se estendeu até à pausa de almoço. Os interrogatórios foram, portanto, adiados para a tarde e Mustafá foi ouvido primeiro, durante hora e meia. Posteriormente, foi interrogado Bruno de Carvalho, por duas horas e meia. Às 18h15 foram ouvidos o Ministério Público e os advogados de Bruno de Carvalho e de Mustafá, que fizeram as respetivas alegações.
Ao início da noite foi emitido um comunicado assinado pelo juiz, anunciando que só esta quinta-feira, dada a complexidade inerente ao processo, serão decretadas as medidas de coação.