Mil-Homens sobre a formação do Benfica: "Os mais velhos tinham sintomas, os mais novos não."
Diretor da Academia acredita que a próxima época ainda não será normal
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O Diretor da Academia do Benfica, Pedro Mil-Homens, acredita que na próxima época o futebol de formação vai começar a funcionar próximo dos níveis desejáveis, mas ainda não de forma totalmente normal.
"Estamos na expectativa do que vai ser a próxima época. Acredito que ainda não será normal. Será muito mais próximo daquilo que é o nosso normal, mas ainda com um conjunto de restrições", afirmou o dirigente, durante o webinar "Futebol em Tempos de Pandemia", organizado pelo Município de Leiria e transmitido esta segunda-feira na página de Facebook deste organismo.
No seu entender, o processo de vacinação vai alongar-se, no que será um dos factores a impedir a total normalização dos trabalhos.
"Se as pessoas da minha idade e da idade do Fernando Santos vão estar vacinadas, os jovens não, pois ainda não haverá vacinas para eles. Só em 2022", explicou, referindo-se ao selecionador nacional, que também participou no webinar, assim como o vereador da cultura do Município de Leiria, Carlos Palheira.
Sobre este aspeto, aliás, Mil-Homens ressalvou que "os jovens são mais assintomáticos" e que a covid-19 "não é tão grave nestas idades". E exemplificou com o caso do Benfica: "Não tivemos muitos miúdos com testes positivos. Tivemos alguns, mas os que tivemos não tinham sintomas. Os mais velhos tinham sintomas, os mais novos não."
Mil-Homens abordou ainda a dificuldade na gestão de expectativas entre os mais jovens. "Há um imaginário de todos acreditarem que vão ser jogadores com um nível próximo do Cristiano Ronaldo. Mas todos sabemos que não é assim. Se puderem, não larguem os estudos e façam como o nosso selecionador, que tirou o cruso de engenharia e é um bom exemplo. Ele jogou no benfica, Estoril e outros clubes, mas teve que acabar os estudos, fazer exames ao mesmo tempo. É a vida. Se porventura, uma lesão ou outra coisa impedisse a carreira, ele estaria no Hotel Palácio e teria uma profissão. É o chamado plano B que todos devem ter", aconselhou.