Ronaldo não perdoa e este é um mau sinal para o Sporting

Nos quatro jogos que fez contra antigas equipas, Cristiano Ronaldo marcou em todos eles. Nada de estranho, tendo em conta que há muito mantém uma média aproximada de um golo por jogo no somatório de todas as partidas, mas não deixa de ser um indicador de duas características: profissionalismo e frieza, não o deixando embarcar em sentimentalismos fáceis que o levem a cair de produção.

A primeira vez que defrontou uma antiga equipa foi em Alvalade, pelo Manchester United (Champions de 2007/08). "Pela minha parte podem esperar a aplicação de sempre", disse antes do encontro, completando: "Se marcar, não sei se vou festejar". E marcou mesmo o único golo (1-0), num salto de peixe que, apesar da espetacularidade, não o impediu de conter a emotividade. Ronaldo não festejou. No jogo de volta, em Manchester, voltaria a faturar, num livre direto, batendo Rui Patrício na noite da estreia deste na Champions. "O meu golo? Gosto muito do Sporting, mas sou profissional", comentaria.

Já no Real, contra este mesmo United, fez o golo do empate (1-1) em Madrid, mostrando de novo contenção nos festejos, a mesma que revelou na vitória (2-1) em Inglaterra, ao marcar de cabeça.

Os adeptos do Sporting não podem esperar outra coisa dele: um Ronaldo que, mesmo não estando ainda ao seu melhor, é candidato de peso a voltar a bater Rui Patrício e, por outro lado, um homem cada vez mais maduro que, se tal acontecer, por certo mostrará contenção nos eventuais festejos.

Ainda ontem, Cristiano lembrou em entrevista à UEFA o significado que tem, para si, defrontar o Sporting. "É um jogo especial, frente a uma equipa especial. Queria voltar a defrontar o Sporting, uma boa equipa com um bom treinador. Será mais um momento especial na minha vida. Já os tinha defrontado na Champions, mas voltar a encontrar o Sporting é um privilégio", declarou, prometendo em seguida fazer de tudo para revalidar o título, conduzindo o Real à 12.ª: "É um grande desafio e penso que o Real Madrid tem boas hipóteses de voltar a vencer. Estamos cientes de que é uma competição muito difícil, mas não há tarefas fáceis e vamos tentar. Pensaremos jogo a jogo e primeiro vamos concentrar-nos unicamente na fase de grupos, pois na minha opinião é um grupo forte. Veremos como a competição se desenrola. Mas há que pensar positivo - é possível vencer novamente."